domingo, 7 de setembro de 2008
1916-COMO FAZER TROVAS? (Parte 5)
1916-COMO FAZER TROVAS? (Parte 5)
Entrevistada: Sílvia Araújo Motta
JCultural:É difícil fazer TROVA?
1-A técnica é motivadora,
de fácil aprendizagem,
porém, a Arte Trovadora
do doce, exige dosagem.
2-Vejo nas dificuldades,
dúvidas, desconfianças,
tão pequenina, é verdade
mas faz grandiosa aliança.
3-Teoria literária,
certa a metodologia,
a Trova extraordinária
exige sabedoria.
4-O Decálogo é exigido
para a metrificação,
todo o processo vivido
da técnica e inspiração.
5-No Brasil é diferente,
“Concurso de Trovador”
em Portugal-paciente,
toda Quadra tem valor.
6-Várias NORMAS registraram
a diferença da TROVA,
Regulamentos mostraram
o que a QUADRA não aprova.
7-Na Poesia é essencial,
estudos, demonstrações,
na regra gramatical
interseccionam emoções.
8-Tem na mensagem poética,
rica originalidade,
perfeita e cantante métrica
dentro da simplicidade.
9-Bem sei que o bom TROVADOR
verseja sobre a PAIXÃO,
canta na dor e no amor
sente o calor de um vulcão.
http://recantodasletras.uol.com.br/autores/silviaraujomotta
http://www.poetasdelmundo.com/verInfo_america.asp?ID=1481
http://clubedalinguaport.blogspot.com/
---------------------------------------------------------
DECÁLOGO DE METRIFICAÇÃO DE LUIZ OTÁVIO:
O PRÍNCIPE DA TROVA:
1) - As sílabas são contadas até a última tônica do verso.
2) - As pontuações não impedem as junções de sílabas.
3) - Não se deve fazer o aumento de uma sílaba métrica nos encontros consonantais disjuntos, (ou seja: não usar "suarabacti").
4) - Uma vogal fraca faz junção com a vogal fraca ou forte inicial da palavra seguinte.
§ único - Aceitam-se exceções a esta regra no sentido de evitar a formação de sons duros e desagradáveis. Exemplo: "cuja ventura/única consiste".
5) - Uma vogal forte, pode ou não, fazer junção com vogal fraca da palavra seguinte, no entanto jamais deve fazê-la com vogal forte.
§ único - Nos casos em que se prefira a junção "forte + fraca", deve-se ter sempre o cuidado de evitar sons desagradáveis ("mais que tu/ardo") ou formar novas palavras ("via ao invés de "vi
a...").
6) - Pode haver a junção de três vogais numa sílaba métrica.
§ 1º - Não deve haver mais de uma vogal forte.
§ 2º - No caso em que a vogal forte não esteja colocada entre as vogais fracas e sim em 1* e 3* lugar, para que seja correta a junção, as duas vogais fracas devem juntar-se por crase ou por elisão, e não por sinalefa (ditongação). Assim, estará certo:
"é a ambição que nos prende e nos maltrata", e não se pode unir as três vogais de "e a / intima palavra derradeira".
§ 3º - Deve ser usada com cuidado a junção de mais três vogais, embora haja casos corretos de quatro e até de cinco vogais.
7) - Os ditongos aceitam as pré-junções com vogais fracas ("E eu"). As post-junções são aceitas somente nos ditongos crescentes (encontros instáveis) ("a distância infinita") e são repelidas nos ditongos decrescentes. ("Eu sou/a que no mundo anda perdida").
§ único - Há casos de uso facultativo de pré-junção de vogais forte aos ditongos, quando essas vogais são as mesmas dos iniciais dos ditongos e não forem as tônicas das palavras.
(Aceita-se: "Será auspiciosa" e será inaceitável: "Terá/auto nos pontos".
8) - Nos encontros vocálicos ascendentes (formados por vogais os semivogais átonas seguidas de vogais ou semi-vogais tônicas), a sinerese é de uso facultativo. ("ci-ú- me" ou "ciú-me", etc.).
§ único - Há neste grupo, excepcionalmente, encontros vocálicos que não aceitam a sinérese. Geralmente, são formados pela vogal "a" seguida das vogais "a", ou "e" ou "o" (como em: Sa/ara, a/éreo, a/orta, etc.) ou, alguns casos, do mesma vogal "a" seguida das semi-vogais "i" ou "u" tônicas, como em: "Para/íso, "ba/ú", etc.
9) - Nos encontros vocálicos descendentes (formados por vogais ou semivogais tônicas seguidas de vogais ou semi-vogais átonas) não se aceita a sinérese ("tua", "lua", "frio", "rio" etc., sim, "tu/a", "su/a","fri/o", "ri/o", etc.
§ único - Em algumas regiões do Brasil é usada a sinérese nestes encontros vocálicos, com base na fonética local. No entanto, não será aceita na Metrificação, em benefício da uniformidade, uma vez que na maioria dos Estados é feita a separação dessas vogais.
10) - 0 uso da aférese ("inda", etc), síncope ("pra", etc), apócopes ("mui", e de ectilípse ("com a", "o", "as", 'os") é facultativo.
§ 1º - A junção de "com" mais palavras iniciadas com vogais átonas é correta mas pouco usado. Acompanhando a maioria dos poetas, sempre que possível, deve ser evitada. ("com amor") etc.
§ 2º - A junção de "com" mais palavras iniciadas com vogais tônicas não
será aceita. ("com esta" etc.).
§ 3º - A junção de fonemas anasalados "am", "im", etc., com vogais átonas ou tônicas não será aceita. ("formaram" / idéias", "cantaram / hinos" etc.).
§ 4º - E preciso cuidado com o uso de aféreses, síncopes e apócopes que, por estarem em desuso ou por formarem, geralmente, sons desagradáveis, irão ferir a sensibilidade e os ouvidos dos leitores e dos ouvintes.
GLOSSÁRIO - Por ordem alfabética, para melhor compreensão do Decálogo de Metrificação.
Aférese - supressão de sílabas ou fonema inicial ("/inda").
Apócope - supressão de sílaba ou fonema final ("mui"//").
Crase - fusão de duas vogais numa só ("a alma"; "e este" etc.).
Dierese - transformação de um ditongo num hiato ("sa/u-da-de").
Ditongo - fusão de uma vogal + semivogal, ou vice-versa; na mesma sílaba. ("sai", " falei", "Niterói", etc.).
Ditongo crescente - semivogal + vogal (pátria, gênio, diabo, etc.).
Ditongo decrescente - vogal + semivogal (pão,meu, dourado, etc.).
Ectipe - supressão de um fonema nasal final para possibilitar a crase ou ditongação (sinérese) com a vogal inicial da palavra seguinte. ("com o", "com amor", etc.).
Elisão - supressão da vogal átona no final de uma palavra. ("Ela estava" = "Elistava").
Encontros consonantais - duas consoantes unidas:
a. inseparáveis - ("bl" - bloco; "fl" - "flor", etc) ou "grupos consonantais",
b. separáveis - ("gn" - ignóbil; "bs" -Observar) ou "encontros consonantais disjuntos".
Hiato - uma sílaba terminada, por vogal-base seguida de outra iniciada também por vogal-base. ("re/eleger", ca/olho, a/éreo, etc.) (Rocha Lima); é o encontro de duas vogais pronunciadas em dois impulsos distintos, formando sílabas diferentes. (sa/ara, podi/a, sa/úde, etc.) (Cegalla).
Encontros vocálicos ascendentes - designação de Luiz Otávio - é o encontro de duas vogais ou semivogais, pronunciadas separadamente, sendo a primeira fraca e a segunda forte. (ci/ú-me, vi/o-la, po/e-ta, cru- el-da-de, etc.).
Encontros vocálicos descendentes - designação de Luiz Otávio - é o encontro de duas vogais ou semivogais, pronunciadas separadamente,
Junção a primeira forte e segunda fraca. ("di/a", "tu/a", "ri/o" , etc.).
Junção - designação de Luiz Otávio - no sentido generalizado para traduzir a união de sílabas métricas, Abrange pois, os diferentes processos de diminuição de sílabas poéticas. (comumente e erradamente empregada pela maioria dos poetas como elisão). Ver no Glossáuro, os vários processos ou métodos para diminuir as sílabas métricas ou processos de fazer a junção de sílabas: crase, elisão, sinalefa, sinérese, alferese, síncope, apócope e ectipse.
Postjunção - designação de Luiz Otávio - junção posterior a uma sílaba ou palavra.
Prejunção - designação de Luiz Otávio - junção anterior a uma sílaba ou palavra.
Semivogais - são os fonemas "i" e "u", quando ao lado de uma vogal formam uma sílaba com elo. (Assim em: "pai", "mau", o "i" e o 'u" funcionam com valor de consoante, em "lu-ta", vi-da", funcionam com função de vogal).
Sílaba ou métrica ou poética - são sílabas nos versos, (contagem diferente das sílabas gramaticais).
Sinalefa - fusão ou junção de vogais ou semivogais, entre duas palavras, formando ditongo (Este amor" = "Estiamor").
Síncope - supressão de fonema ou sílaba no meio da palavra ("p/ra").
Sinérese - transformação de um hiato em ditongo, na mesma palavra. ("ci-úme" em ciú-me".
Suarabacti - "aumento de uma sílaba métrica, pela pronúncia das vogais de apoio, nos encontros consonantais disjuntos". (Luiz Otávio) "i-gui-no-rar".
Tônica - sílaba forte, acentuada.
Vogais - "Fonemas sonoros, que se produzem pelo livre escapamento do ar pela boca e se distinguem entre si por seu timbre característico", (Rocha Lima).
Vogal forte ou fraca - a vogal átona ou acentuada (tônica) da palavra ou verso.
---------------------------------------------------------
TROVAS DEMONSTRATIVAS DA
APLICAÇÃO DAS DEZ REGRAS DA METRIFICAÇÃO,
Por Luiz Otávio:
Estas trovas foram feitas para demonstrar os diferentes
casos de aplicações das dez regras da metrificação.
Têm, pois, finalidade didática.
Devemos observar em cada uma, pela numeração,
aplicação correspondente.
O conteúdo não tem relação com as regras,
mas tão somente com as formas das trovas.
O fundo está relacionado com as mensagens
generalizadas sobre os estudos de Metrificação.
Portanto, julguem-nas como utilidade didática
e como curiosidade, e não corno valor artístico.
(Luiz Otávio - Santos - SP., 26/03/1974).
1ª regra - última tônica
Poderá a força elétrica
de um sábio computador
ensinar contagem métrica
mas não faz um trovador...
2ª regra - pontuação
Pensa em calma! Evita errar,
Injusto é se nos reprovas,
Pois não queremos mudar
o modo de fazer trovas
3ª regra - encontros consonantal
Você pode acreditar
ter a pura convicção
que a ninguém vou obrigar
a ter a minha opinião...
4ª regra - vogal fraca + fraca
Podes crer és muito injusto
e estás longe da verdade:
pois na trova a todo custo
defendo a espontaneidade...
5ª regra - vogal forte + fraca
É uma história bem correta
em tudo o ensino é preciso,
no entanto, só poeta
quer ser gênio de improviso...
6ª regra - junção de três vogais
Esta é uma regra indiscreta,
convenções, mal amparadas,
induzem muito poeta
a convicções enraizados.
7ª regra - ditongos
Para medir nossos versos,
se o ouvido fosse o juiz,
em nossos metros diversos
ninguém poria o nariz...
8ª regra - encontros vocálicos ascendentes
Na trova, soneto ou poema,
em toda parte do mundo
se a Forma é o seu dilema
sua alma é sempre o fundo!
9ª regra - encontros vocálicos descendentes
As dúvidas são pequenas
não sejas tão pessimista,
dá-me a tua ajuda, apenas,
e será bela a conquista
10ª regra - licenças: aféreses, síncopes, apócopes, ectlipses.
É mui// feio crificar(apócope)
/inda que seja um direito (aférese)
pra ser justo, aulas vem dar (síncope)
com o teu plano sem defeito... (ectlípse)
---***---
FRASE MNEMÔNICA-ACRÓSTICA
para decorar
as dez regras de metrificação:
"Tendo paciência e Estudo
você versejará tecnicamente direito
encontrando estética e lirismo.
T-Tendo.....................................(T) = tônica;
P-Paciência............................... (P) = pontuação;
E-E Estudo................................(E) = encontros consonantais;
V-Você..................................... (V)= vogal fraca;
V-Versejará...............................(V) = vogal forte;
T-Tecnicamente.........................(T) = três vogais;
D-Direito....................................(D) = ditongos;
E-Encontrando............................(E)= encontros vocálicos ascendentes;
E-Estética...................................(E) = encontros vocálicos descendentes;
L-Lirismo ..................................(L) = licenças poéticas).
Luiz Otávio
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VISITE OUTROS SITES:
COMO FAZER TROVAS-Finalidade Didático/Metodológica
http://movimentodasartes.com.br/trovador/pop/pop_01.htm
---------------------------------------------------------
A TROVA, POR IZO GOLDMAN:
Fonte: Atualização em 13 de dezembro de 2003
http://www.kakinet.com/caqui/trova.shtml
---------------------------------------------------------
INFORMATIVO da União Brasileira de Trovadores – Balneário Camboriú-SC
http://www.gislainecanales.com/trovamar/trovamar7.html
---------------------------------------------------------
FALANDO SOBRE TROVAS: Texto de:
ANTONIO AUGUSTO DE ASSIS(CONHECIDO
TROVADOR A. A. DE ASSIS)
http://ubtportoalegre.portalcen.org/html/trovas.html
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MATÉRIAS ESPECIAIS:
A Trova: Origem, Trajetória e Rumos
Teria começado assim
A Tentação do Plágio
Aprenda como "não se deve" fazer trovas
Intersedes: as trovas campeãs
Os Primeiros "Magníficos"
Trovas Campeãs em Friburgo em todos os tempos
Vamos Fazer um Concurso de Trovas?
U.T.B.:União dos Trovadores de Bar
Versificação:
http://www.falandodetrova.com.br/2008/node/50
----------------------------------------------------------
Considerações sobre a TROVA:
http://www.falandodetrova.com.br/2008/considera%C3%A7%C3%B5essobreatrova
-----***---
Entrevista com José Ouverney no Recanto das Letras
http://www.arturdatavola.com/60_Trovas_de_Saudade.html
-----------------------------------------------------------
http://www.geocities.com/katiabobbio/trovadorismo.html
http://trovasecia.blogspot.com/
http://www.velhosamigos.com.br/DatasEspeciais/diatrovador.html
18/07 Dia do Trovador/CAMPINAS/SP:Lei 5679 (06/05/1986):
http://www.campinas.sp.gov.br/portal_2003_sites/conheca_campinas/cc_eventos_calendario_oficial.htm
18 de julho: Dia do Trovador/Porto Alegre/RS:
Lei 6180 de 09.09.1988 - D.O.E. 13.09.1988, p. 23
http://www2.portoalegre.rs.gov.br/turismo/default.php?p_secao=123
---***---
Entrevistada: Sílvia Araújo Motta
JCultural:É difícil fazer TROVA?
1-A técnica é motivadora,
de fácil aprendizagem,
porém, a Arte Trovadora
do doce, exige dosagem.
2-Vejo nas dificuldades,
dúvidas, desconfianças,
tão pequenina, é verdade
mas faz grandiosa aliança.
3-Teoria literária,
certa a metodologia,
a Trova extraordinária
exige sabedoria.
4-O Decálogo é exigido
para a metrificação,
todo o processo vivido
da técnica e inspiração.
5-No Brasil é diferente,
“Concurso de Trovador”
em Portugal-paciente,
toda Quadra tem valor.
6-Várias NORMAS registraram
a diferença da TROVA,
Regulamentos mostraram
o que a QUADRA não aprova.
7-Na Poesia é essencial,
estudos, demonstrações,
na regra gramatical
interseccionam emoções.
8-Tem na mensagem poética,
rica originalidade,
perfeita e cantante métrica
dentro da simplicidade.
9-Bem sei que o bom TROVADOR
verseja sobre a PAIXÃO,
canta na dor e no amor
sente o calor de um vulcão.
http://recantodasletras.uol.com.br/autores/silviaraujomotta
http://www.poetasdelmundo.com/verInfo_america.asp?ID=1481
http://clubedalinguaport.blogspot.com/
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DECÁLOGO DE METRIFICAÇÃO DE LUIZ OTÁVIO:
O PRÍNCIPE DA TROVA:
1) - As sílabas são contadas até a última tônica do verso.
2) - As pontuações não impedem as junções de sílabas.
3) - Não se deve fazer o aumento de uma sílaba métrica nos encontros consonantais disjuntos, (ou seja: não usar "suarabacti").
4) - Uma vogal fraca faz junção com a vogal fraca ou forte inicial da palavra seguinte.
§ único - Aceitam-se exceções a esta regra no sentido de evitar a formação de sons duros e desagradáveis. Exemplo: "cuja ventura/única consiste".
5) - Uma vogal forte, pode ou não, fazer junção com vogal fraca da palavra seguinte, no entanto jamais deve fazê-la com vogal forte.
§ único - Nos casos em que se prefira a junção "forte + fraca", deve-se ter sempre o cuidado de evitar sons desagradáveis ("mais que tu/ardo") ou formar novas palavras ("via ao invés de "vi
a...").
6) - Pode haver a junção de três vogais numa sílaba métrica.
§ 1º - Não deve haver mais de uma vogal forte.
§ 2º - No caso em que a vogal forte não esteja colocada entre as vogais fracas e sim em 1* e 3* lugar, para que seja correta a junção, as duas vogais fracas devem juntar-se por crase ou por elisão, e não por sinalefa (ditongação). Assim, estará certo:
"é a ambição que nos prende e nos maltrata", e não se pode unir as três vogais de "e a / intima palavra derradeira".
§ 3º - Deve ser usada com cuidado a junção de mais três vogais, embora haja casos corretos de quatro e até de cinco vogais.
7) - Os ditongos aceitam as pré-junções com vogais fracas ("E eu"). As post-junções são aceitas somente nos ditongos crescentes (encontros instáveis) ("a distância infinita") e são repelidas nos ditongos decrescentes. ("Eu sou/a que no mundo anda perdida").
§ único - Há casos de uso facultativo de pré-junção de vogais forte aos ditongos, quando essas vogais são as mesmas dos iniciais dos ditongos e não forem as tônicas das palavras.
(Aceita-se: "Será auspiciosa" e será inaceitável: "Terá/auto nos pontos".
8) - Nos encontros vocálicos ascendentes (formados por vogais os semivogais átonas seguidas de vogais ou semi-vogais tônicas), a sinerese é de uso facultativo. ("ci-ú- me" ou "ciú-me", etc.).
§ único - Há neste grupo, excepcionalmente, encontros vocálicos que não aceitam a sinérese. Geralmente, são formados pela vogal "a" seguida das vogais "a", ou "e" ou "o" (como em: Sa/ara, a/éreo, a/orta, etc.) ou, alguns casos, do mesma vogal "a" seguida das semi-vogais "i" ou "u" tônicas, como em: "Para/íso, "ba/ú", etc.
9) - Nos encontros vocálicos descendentes (formados por vogais ou semivogais tônicas seguidas de vogais ou semi-vogais átonas) não se aceita a sinérese ("tua", "lua", "frio", "rio" etc., sim, "tu/a", "su/a","fri/o", "ri/o", etc.
§ único - Em algumas regiões do Brasil é usada a sinérese nestes encontros vocálicos, com base na fonética local. No entanto, não será aceita na Metrificação, em benefício da uniformidade, uma vez que na maioria dos Estados é feita a separação dessas vogais.
10) - 0 uso da aférese ("inda", etc), síncope ("pra", etc), apócopes ("mui", e de ectilípse ("com a", "o", "as", 'os") é facultativo.
§ 1º - A junção de "com" mais palavras iniciadas com vogais átonas é correta mas pouco usado. Acompanhando a maioria dos poetas, sempre que possível, deve ser evitada. ("com amor") etc.
§ 2º - A junção de "com" mais palavras iniciadas com vogais tônicas não
será aceita. ("com esta" etc.).
§ 3º - A junção de fonemas anasalados "am", "im", etc., com vogais átonas ou tônicas não será aceita. ("formaram" / idéias", "cantaram / hinos" etc.).
§ 4º - E preciso cuidado com o uso de aféreses, síncopes e apócopes que, por estarem em desuso ou por formarem, geralmente, sons desagradáveis, irão ferir a sensibilidade e os ouvidos dos leitores e dos ouvintes.
GLOSSÁRIO - Por ordem alfabética, para melhor compreensão do Decálogo de Metrificação.
Aférese - supressão de sílabas ou fonema inicial ("/inda").
Apócope - supressão de sílaba ou fonema final ("mui"//").
Crase - fusão de duas vogais numa só ("a alma"; "e este" etc.).
Dierese - transformação de um ditongo num hiato ("sa/u-da-de").
Ditongo - fusão de uma vogal + semivogal, ou vice-versa; na mesma sílaba. ("sai", " falei", "Niterói", etc.).
Ditongo crescente - semivogal + vogal (pátria, gênio, diabo, etc.).
Ditongo decrescente - vogal + semivogal (pão,meu, dourado, etc.).
Ectipe - supressão de um fonema nasal final para possibilitar a crase ou ditongação (sinérese) com a vogal inicial da palavra seguinte. ("com o", "com amor", etc.).
Elisão - supressão da vogal átona no final de uma palavra. ("Ela estava" = "Elistava").
Encontros consonantais - duas consoantes unidas:
a. inseparáveis - ("bl" - bloco; "fl" - "flor", etc) ou "grupos consonantais",
b. separáveis - ("gn" - ignóbil; "bs" -Observar) ou "encontros consonantais disjuntos".
Hiato - uma sílaba terminada, por vogal-base seguida de outra iniciada também por vogal-base. ("re/eleger", ca/olho, a/éreo, etc.) (Rocha Lima); é o encontro de duas vogais pronunciadas em dois impulsos distintos, formando sílabas diferentes. (sa/ara, podi/a, sa/úde, etc.) (Cegalla).
Encontros vocálicos ascendentes - designação de Luiz Otávio - é o encontro de duas vogais ou semivogais, pronunciadas separadamente, sendo a primeira fraca e a segunda forte. (ci/ú-me, vi/o-la, po/e-ta, cru- el-da-de, etc.).
Encontros vocálicos descendentes - designação de Luiz Otávio - é o encontro de duas vogais ou semivogais, pronunciadas separadamente,
Junção a primeira forte e segunda fraca. ("di/a", "tu/a", "ri/o" , etc.).
Junção - designação de Luiz Otávio - no sentido generalizado para traduzir a união de sílabas métricas, Abrange pois, os diferentes processos de diminuição de sílabas poéticas. (comumente e erradamente empregada pela maioria dos poetas como elisão). Ver no Glossáuro, os vários processos ou métodos para diminuir as sílabas métricas ou processos de fazer a junção de sílabas: crase, elisão, sinalefa, sinérese, alferese, síncope, apócope e ectipse.
Postjunção - designação de Luiz Otávio - junção posterior a uma sílaba ou palavra.
Prejunção - designação de Luiz Otávio - junção anterior a uma sílaba ou palavra.
Semivogais - são os fonemas "i" e "u", quando ao lado de uma vogal formam uma sílaba com elo. (Assim em: "pai", "mau", o "i" e o 'u" funcionam com valor de consoante, em "lu-ta", vi-da", funcionam com função de vogal).
Sílaba ou métrica ou poética - são sílabas nos versos, (contagem diferente das sílabas gramaticais).
Sinalefa - fusão ou junção de vogais ou semivogais, entre duas palavras, formando ditongo (Este amor" = "Estiamor").
Síncope - supressão de fonema ou sílaba no meio da palavra ("p/ra").
Sinérese - transformação de um hiato em ditongo, na mesma palavra. ("ci-úme" em ciú-me".
Suarabacti - "aumento de uma sílaba métrica, pela pronúncia das vogais de apoio, nos encontros consonantais disjuntos". (Luiz Otávio) "i-gui-no-rar".
Tônica - sílaba forte, acentuada.
Vogais - "Fonemas sonoros, que se produzem pelo livre escapamento do ar pela boca e se distinguem entre si por seu timbre característico", (Rocha Lima).
Vogal forte ou fraca - a vogal átona ou acentuada (tônica) da palavra ou verso.
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TROVAS DEMONSTRATIVAS DA
APLICAÇÃO DAS DEZ REGRAS DA METRIFICAÇÃO,
Por Luiz Otávio:
Estas trovas foram feitas para demonstrar os diferentes
casos de aplicações das dez regras da metrificação.
Têm, pois, finalidade didática.
Devemos observar em cada uma, pela numeração,
aplicação correspondente.
O conteúdo não tem relação com as regras,
mas tão somente com as formas das trovas.
O fundo está relacionado com as mensagens
generalizadas sobre os estudos de Metrificação.
Portanto, julguem-nas como utilidade didática
e como curiosidade, e não corno valor artístico.
(Luiz Otávio - Santos - SP., 26/03/1974).
1ª regra - última tônica
Poderá a força elétrica
de um sábio computador
ensinar contagem métrica
mas não faz um trovador...
2ª regra - pontuação
Pensa em calma! Evita errar,
Injusto é se nos reprovas,
Pois não queremos mudar
o modo de fazer trovas
3ª regra - encontros consonantal
Você pode acreditar
ter a pura convicção
que a ninguém vou obrigar
a ter a minha opinião...
4ª regra - vogal fraca + fraca
Podes crer és muito injusto
e estás longe da verdade:
pois na trova a todo custo
defendo a espontaneidade...
5ª regra - vogal forte + fraca
É uma história bem correta
em tudo o ensino é preciso,
no entanto, só poeta
quer ser gênio de improviso...
6ª regra - junção de três vogais
Esta é uma regra indiscreta,
convenções, mal amparadas,
induzem muito poeta
a convicções enraizados.
7ª regra - ditongos
Para medir nossos versos,
se o ouvido fosse o juiz,
em nossos metros diversos
ninguém poria o nariz...
8ª regra - encontros vocálicos ascendentes
Na trova, soneto ou poema,
em toda parte do mundo
se a Forma é o seu dilema
sua alma é sempre o fundo!
9ª regra - encontros vocálicos descendentes
As dúvidas são pequenas
não sejas tão pessimista,
dá-me a tua ajuda, apenas,
e será bela a conquista
10ª regra - licenças: aféreses, síncopes, apócopes, ectlipses.
É mui// feio crificar(apócope)
/inda que seja um direito (aférese)
pra ser justo, aulas vem dar (síncope)
com o teu plano sem defeito... (ectlípse)
---***---
FRASE MNEMÔNICA-ACRÓSTICA
para decorar
as dez regras de metrificação:
"Tendo paciência e Estudo
você versejará tecnicamente direito
encontrando estética e lirismo.
T-Tendo.....................................(T) = tônica;
P-Paciência............................... (P) = pontuação;
E-E Estudo................................(E) = encontros consonantais;
V-Você..................................... (V)= vogal fraca;
V-Versejará...............................(V) = vogal forte;
T-Tecnicamente.........................(T) = três vogais;
D-Direito....................................(D) = ditongos;
E-Encontrando............................(E)= encontros vocálicos ascendentes;
E-Estética...................................(E) = encontros vocálicos descendentes;
L-Lirismo ..................................(L) = licenças poéticas).
Luiz Otávio
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VISITE OUTROS SITES:
COMO FAZER TROVAS-Finalidade Didático/Metodológica
http://movimentodasartes.com.br/trovador/pop/pop_01.htm
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A TROVA, POR IZO GOLDMAN:
Fonte: Atualização em 13 de dezembro de 2003
http://www.kakinet.com/caqui/trova.shtml
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INFORMATIVO da União Brasileira de Trovadores – Balneário Camboriú-SC
http://www.gislainecanales.com/trovamar/trovamar7.html
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FALANDO SOBRE TROVAS: Texto de:
ANTONIO AUGUSTO DE ASSIS(CONHECIDO
TROVADOR A. A. DE ASSIS)
http://ubtportoalegre.portalcen.org/html/trovas.html
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MATÉRIAS ESPECIAIS:
A Trova: Origem, Trajetória e Rumos
Teria começado assim
A Tentação do Plágio
Aprenda como "não se deve" fazer trovas
Intersedes: as trovas campeãs
Os Primeiros "Magníficos"
Trovas Campeãs em Friburgo em todos os tempos
Vamos Fazer um Concurso de Trovas?
U.T.B.:União dos Trovadores de Bar
Versificação:
http://www.falandodetrova.com.br/2008/node/50
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Considerações sobre a TROVA:
http://www.falandodetrova.com.br/2008/considera%C3%A7%C3%B5essobreatrova
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Entrevista com José Ouverney no Recanto das Letras
http://www.arturdatavola.com/60_Trovas_de_Saudade.html
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http://www.geocities.com/katiabobbio/trovadorismo.html
http://trovasecia.blogspot.com/
http://www.velhosamigos.com.br/DatasEspeciais/diatrovador.html
18/07 Dia do Trovador/CAMPINAS/SP:Lei 5679 (06/05/1986):
http://www.campinas.sp.gov.br/portal_2003_sites/conheca_campinas/cc_eventos_calendario_oficial.htm
18 de julho: Dia do Trovador/Porto Alegre/RS:
Lei 6180 de 09.09.1988 - D.O.E. 13.09.1988, p. 23
http://www2.portoalegre.rs.gov.br/turismo/default.php?p_secao=123
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