domingo, 5 de abril de 2020

7135-LUTO NA LITERATURA MINEIRA: MORRE TÂNIA DINIZ EM BH-MINAS GERAIS-DIA 3 de ABRIL-2020

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7135-LUTO NA LITERATURA MINEIRA: MORRE TÂNIA DINIZ EM BH-MINAS GERAIS-DIA 3 de ABRIL-2020

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7136-MORRE  EM  BH-MG-TANIA DINIZ
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Acróstico IN MEMORIAM nº 7136
Por Silvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil
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T-Tânia Diniz, escritora, Poeta Del Mundo!
A-A Fundadora de [MULHERES EMERGENTES]
N-Nomeada Sócio-Correspondente número 943:
I-Instituição Acadêmica Raul de Leoni;
A-A mulher de múltiplas funções, nesta terra;
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D-Destaque como autora de vários livros:
I-Inúmeros Poemas em [ Mulher EmBalada];
N-Na [Flor do Quiabo]; no [Bashô em Nós];
I-Imaginação fértil no volume [ Rituais]
Z-Zelosa Contista, radialista, jornalista,
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I-Inesquecível Mãe exemplar, Chefe de Família
N-No Lar; Embaixadora da Paz no Chile/Brasil;
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M-Muitas palestras divulgadas e feitas virtualmente,
E-Em seu Mural Poético, que sempre valorizou
M-[Mulheres na Artes]. Fez Oficinas de Haicais...
O-O jeitinho de Professora, sempre a vocação,
R-Recebeu na serenidade, na paciência e educação.
I-impossível esquecer seu olhos verdes! 1º lugar:
A-Alcançado no I Concurso Internacional de Poesia
 e Ilustração.
M-Mostrou competência no livro, em cinco
 idiomas/1994.
---Nasceu em Dores do Indaiá-Minas Gerais.---
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BH, MG, 03 de abril de 2020. Enterrada dia 
4 de abril de 2020.


COMUNICADO DE LUTO NA LITERATURA MINEIRA:


Com imensa tristeza, comunicamos o falecimento hoje, 
3 de abril de 2020,  de Tânia Diniz
idealizadora há 30 anos do mural poético Mulheres Emergentes 
e que tem um pouco de sua história contada aqui neste blog.

Tânia, querida pelos 5 continentes por sua delicadeza e textos

 incríveis, 
foi também esposa, mãe, miss, manequim, professora de
 português, 
francês, espanhol e italiano.

Deixa um legado de arte e poesia e nossa gratidão por

 termos tido 
a oportunidade de sua convivência.

Com amor,
Daniel, Carolina e Mariana.
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Tania Diniz morre em Belo Horizonte: 04-abril-2020
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Sócia Correspondente 943-Academia de Letras Raul de Leoni.
Belo Horizonte – MG – Brasil

Biografia:
Tânia Diniz, mineira de Belo Horizonte, graduada em Letras 
pela UFMG. Poeta, contista, editora, promotora cultural, 
professora de idiomas, idealizadora e fundadora do mural 
poético Mulheres emergentes, em 1989, publicação trimestral 
de circulação internacional que enfatiza o feminino (autores 
novos ao lado dos consagrados) e onde realizou 04 
Concursos Internacionais de Poesia com excelente acolhida. 
Publicou Mulher EmBalada, pacote poético (1992) 
Bashô em Nós, co-autoria, haicais; Relato de Viagem 
à Marmelada, haicais (1997);Flor do Quiabo, haicais(2001); 
O Mágico de Nós – 1988, 2° ed., 1989, e Rituais, 1997, 
ambos de contos.
Em 1998 a convite da Secretaria de Cultura do Estado de 

Minas Gerais, foi secretária, tradutora e intérprete da 
I Bienal Internacional de Poesia de Belo Horizonte.
e-mail: memerg@gmail.com
www.mulheresemergentes.blogspot.com






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Trabalhos:

Tocaia
(a Vinicius de Moraes)

Há que se amar
em total entrega.
A alegria do prazer
em cúmplice procura
curtir os descaminhos
e a longa estrada
perder-se em nichos e fendas
sentir-se alvo e bicho
na sinuosa senda.
Da alma da mulher
à espreita
do menor gesto
a compreensão do desejo
que ele enfeita
(no tom do suspiro
o beijo no ombro que ele encerra)
e descendo vales
contornando serra
atento e entregue
à espera da morte maior
que a paixão traz,
há que, o homem,
que morrer ensaia,
para o prazer da amada
estar sempre de tocaia
Retorno
Amar-te –
inquietação estranha:
visgo, aranha.
Revolveu-me tanto:
enguia, cabra, cobra.
Revirou-me entranhas
ao te receber
(alto calibre;
pimenta, gengibre)
sôfrega e nua,
virada pra lua.


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HAICAIS

pintassilgo!
o céu pinta consigo
a cor da manhã.
***
Mais te amava
sem saber que me deixavas.
Rompeu-me a alma em sustos.
(Até tu, Brutus?!)
***
No capim orvalhado
guarda-chuva de renda
a teia de aranha.
***
Teu ritmo ágil ralenta
Ora vai, ora vem, inventa.
Minha carne frágil e sedenta!
***
clarão de prata
madrugada na janela:
lua cheia pendurada no varal.
***
No peito sufocado
inefáveis poemas
clamam por ti!
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Constelações

Noite –
a curvatura do dorso
o singelo pescoço…
na placidez, o boi rumina rubis
e baba, leitosos, quartzos róseos,
onde cintila aldebarã.
De manhã
Presepeiro, pesado, às vezes ligeiro,
boi de canga, boi de farra,
bumbo-meu-boi.
E touro bravo, de sangrenta arena,
me volto manso,
sem qualquer pena.
No laço fácil do teu abraço,
vaca leiteira, lambe-lambê-las,
rumino estrelas.
Quimera
Quisera
tua boca na minha
deslizando
Bela
Tua mão pelo corpo
Se apegando
Hera
A voz em murmúrio
Gemido e novilúnio
Quem dera!
Tua solidez
Por uma vez
Quimera!
O manto da noite fria
envolve o corpo lasso.
o céu sem estrelas
de nublado encanto
embala e clama
a insone busca
de apagada chama!

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Ocaso

Nos raros dias
em que você volta a me ver
tudo vale a pena!
A alegria se instala
o sol canta
o jardim fala!…
E, invejoso, o tempo,
o tal cotidiano,
te leva depressa, pobre príncipe.
Nubla minha tarde, e eu, triste rã,
um fiapo de esperança vã,
resto sombria, na calma vazia
onde se infiltra, tênue,
um fio de poesia.
Passeio no Louvre
Vênus de Milo
vê nus
seu(s)
mamilo(s)
II
Monalisa
mão na
mão
alisa
e sorri
controvertido
sorriso
contra o vestido.
III
No Egito
com jóias e
maquilagem
de Cleópatra,
a tumba dos Faraós,
agito !
Monalisa
mão na
mão
alisa
e sorri
controvertido
sorriso
contra o vestido.
* * *
Em corpoárido seco terreno
ardeste fogueiras, distraído
Fez-se fogo-fátuo
E sem ti, anjo torto, corpotraído,
jaz agora
fogo morto.
Fonte:
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A poesia de Tânia Diniz


Reinos

Ter
formas de maçã
A surpresa
de textura e cor
da romã
Do caju,
sumarenta carnadura
Da goiaba de vez,
o frescor
Então,
apetitosa e nua
a fome acesa
em tua mesa,
ver, talvez,
o emergente calor
da tua carne dura.


*

Luas

Na lua nova
de recurvo brilho
a paixão renovas
No meu céu
de cio crescente
a chama alteia
E serpente e sereia
me encontro vindo:
lua cheia
E quando, bacante,
mesmo minguante,
me prendes a cintura
na quadratura de cada mês,
a cada vez,
desvendas com arte
a sanguínea face
de minha lua escarlate.


*

Borboleta

Um beijo
pelo corpo inteiro
ligeiro
deixou
uma borboleta roxa
mordida
na
coxa


*

Penélope 

Espero.
Tal Penélope
teço a teia
de suspiro e saudade
em ponto meia.
Às noites de lua
entremeio
fios de paixão
brilhos de prazer
bordados em canção
eu, toda nua,
vestindo tua mão.
Pronto o manto
envolvo de encanto
loucos sonhos na cama,
a trama de quem ama.
Tal Penélope
na noite sem lua
sem teus passos na rua
desmancho, desfaço,
meus pontos, teu laço.
A solidão, não meço.
Amanhã, recomeço.




*
1-Breve biografia:
Tânia Diniz é poeta, contista, haicaísta, editora, promotora cultural e professora de idiomas. Oferece palestras e oficinas. É editora-idealizadora do mural poético Mulheres Emergentes desde 1989, com publicação de circulação internacional que enfatiza o feminino. Já realizou 7 Concursos Internacionais de Poesia com excelente acolhida do público. Livros de contos: O Mágico de Nós (1988/ 2ª ed., 1989), Rituais (1997). Poemas: Mulher EmBalada (1992), Bashô em Nós (co-autoria/ 1996), Relato de Viagem à Marmelada,haicais (1997), Flor do Quiabo,haicais, (2001), entre outros. Em 1998 é secretária, tradutora e intérprete na I Bienal Internacional de Poesia de BH, a convite da Secretaria de Cultura de MG. Em 2008 organiza, com sucesso, a mostra itinerante I Mostra Mineira de Haicai Mulheres Emergentes, pelo centenário da imigração japonesa no Brasil, na Galeria e pilastras da Rodoviária - centro de BH. A exposição circulou por inúmeros espaços culturais de BH e interior. Tem trabalhos publicados em diversas antologias, revistas e jornais nacionais, e sites; alguns estrangeiros. Diversos trabalhos premiados em concursos literários no país e exterior.
www.mulheresemergentes.com

Fonte:

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2-Breve Biografia:
Tânia Diniz é poeta e Editora Mulheres Emergentes Edições Alternativas
www.mulheresemergentes.com
Embaixadora Universal da Paz
Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix - Suisse / France
Poeta del Mundo .
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Graduada em Letras (português, francês, italiano e espanhol) pela UFMG. Poeta, contista, editora, promotora cultural, professora, palestrista, oficineira, editora-idealizadora do mural poético Mulheres Emergentes, desde 1989.

Em 1998, foi secretária, tradutora e intérprete na I Bienal Internacional de Poesia de BH, a convite da Secretaria de Cultura de MG. Em 2008 organizou, a mostra itinerante I Mostra Mineira de Haicai Mulheres Emergentes. Tânia tem diversos trabalhos premiados em concursos literários no Brasil e exterior.
Fonte:
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3-Breve biografia

“Mineira de Dores do Indaiá, Tânia Diniz criou um espaço mágico que aglutina poetas, independentemente de serem conhecidos ou principiantes da arte literária, e que, a cada edição, amplia seu círculo, alcançando mais e mais pessoas, novos países, e uma repercussão inusitada”, conta Constância.
Desde o início, os poemas publicados falavam aberta e predominantemente de amores feitos de carne e paixão, o que gerou o subtítulo “o sensual em cartaz”. Alternativo, sempre viveu de parcos patrocínios, buscando descobrir autores novos e enfatizando o feminino. “Não custa lembrar que as ideias feministas estavam em pleno vigor nos anos 1980 e reafirmavam que as mulheres deviam viver plenamente suas vidas e sua feminilidade. Além das muitas vozes femininas, inúmeros homens sensíveis aos novos desejos e ávidos por um novo espaço também acudiram ao chamado”, contextualiza a professora.
Outros produtos surgiram na esteira do mural, como concursos internacionais, calendários, prêmios, antologias, coleções e uma editora própria. Em 2008, na comemoração de 18 anos do projeto, a editora publicou uma antologia de poetas e contistas garimpados ao longo dos anos, com ênfase no feminino e no delicado traço das ilustrações. Para 2019, Tânia organiza um calendário comemorativo dos 30 anos e programa para março uma exposição e um bate-papo, na Idea Casa de Cultura. “O ‘Mulheres Emergentes’ consolidou a autoestima de jovens poetas e liberou, pela verbalização, muito da sensualidade feminina, a busca da arte e o encontro com o belo”, descreve Constância.

Sobre a palestrante:
Constância Lima Duarte é professora de literatura brasileira na Faculdade de Letras da UFMG e pesquisadora do CNPq. Desde 2007, coordena o Grupo de Pesquisa Letras de Minas/Mulheres em Letras. Dentre suas publicações, destaco “Direitos das mulheres e injustiça dos homens”, de Nísia Floresta (1989); “Nísia Floresta: vida e obra” (1995, 2008); “Mulheres em Letras: antologia de escritoras mineiras” (org. 2008); “Mulheres de Minas: lutas e conquistas” (coautoria, 2008); “Dicionário de escritores mineiros” (2010); e “Imprensa feminina e feminista no Brasil – Séc. XIX – Dicionário ilustrado” (2016); entre outros.

Tânia Diniz é graduada em Letras pela UFMG e construiu sua carreira como professora de idiomas, poeta, contista e haicaísta. Criou o jornal mural poético “Mulheres emergentes: o sensual em cartaz”, em 1989, com circulação internacional desde o número zero – o título foi tomado de empréstimo do livro da psicóloga norte-americana Natalie Rogers. Por meio dele, Tânia já organizou sete concursos internacionais de poesia e fez a 1ª Mostra Mineira de Haicai Mulheres Emergentes, em 2008. Participa de sites nacionais e estrangeiros e de inúmeras antologias. Tem ainda vários livros publicados, como “O Mágico de Nós” (1988), de contos curtos.


Foto: Divulgação
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4-Breve biografia:
A escritora e editora mineira Tânia Diniz tinha lançado “O Mágico de Nós”, seu livro de estreia, em 1988, quando resolveu criar o jornal-mural “Mulheres Emergentes”, no ano seguinte. A ideia surgiu quando ela percebeu a dificuldade de autoras conseguirem ser publicadas em um contexto em que o mercado editorial era dominado por homens. De lá para cá, essa história completa três décadas, os quais serão celebrados nesta quarta-feira (27) em um bate-papo na Academia Mineira de Letras (AML) e, no dia 30, na Casa Idea de Cultura, onde ela também vai expor todas as edições do impresso.

“Eu quis fazer um espaço para publicar só mulheres e que não fosse pautado por nenhuma cobrança. E eu fiquei eufórica com essa ideia. Logo comecei a fazer contato, consegui um patrocínio e lancei o número zero, que já trouxe textos de autoras muito boas. Por exemplo, Adélia Prado, Lúcia Castello Branco e Maria Esther Maciel, que estava começando – todas elas mulheres maravilhosas”, recorda Tânia.

Na AML, ela vai detalhar a trajetória desse projeto ao lado da professora Constância Lima Duarte, que é pesquisadora e leciona na Faculdade de Letras da UFMG. A autora e editora ressalta que a publicação “Mulheres Emergentes” já circulou por vários continentes, com edições que chegaram a países da África, da Europa e da América do Sul.

“Quando um amigo viajava, eu mandava uma edição na mala dele, e assim o jornal foi chegando a muitos lugares. Em outras vezes, era por meio do correio mesmo. Eu também criei um prêmio de poesia e ilustração que teve uma repercussão muito grande. Eu recebi mais de 1.600 poemas e 200 ilustrações do Brasil e de outros países. Depois, eu editei um livro com parte desse conteúdo”, conta Tânia.

Ao longo dessas três décadas, alguns temas têm-se mantido constante entre os poemas. Tânia destaca, por exemplo, o erotismo, mas, no últimos anos, a pautas sociais também têm marcado presença. “Hoje eu percebo uma recorrência maior na abordagem da violência contra a mulher. Há muitos textos que trazem isso com uma força muito grande. Eu noto que as poetas mais jovens também estão menos tímidas”, observa ela.

Agenda

O quê
Tânia Diniz e Constância Lima Duarte participam de bate-papo sobre o jornal “Mulheres Emergentes”.

Quando
Quarta (27), às 19h30.
AML (rua da Bahia, 1.466, Lourdes).

Quanto
Entrada gratuita.
Fonte:
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LIVROS DE TÂNIA DINIZ
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