segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

ENTÃO É NATAL...DEZEMBRO DE 2011. VALE A PENA REFLETIR MAIS UM POUCO...








Na Festa do Natal em que se celebra o Nascimento do Deus feito Homem por nós, na Liturgia da Palavra da Missa da Aurora do ANO B, é apresentada a Adoração dos Pastores.
Na Liturgia de hoje, inundada pela luz da nova aurora, que desponta para o mundo, damo-nos conta dos efeitos do Nascimento do Salvador para a humanidade de todos os tempos.
O Natal não é um acontecimento passado.
Através da Igreja, o mistério do Natal conserva e renova toda a sua actualidade.
N’ela, todos os homens são chamados a receber de Jesus a vida divina, “tornando-se filhos do Filho único”.
A 1ª Leitura, do Livro de Isaías, transmite a mensagem de esperança à Cidade Santa : O Senhor vai chegar, acompanhado do povo, que resgatou do exílio e salvou da solidão e do sofrimento.
Desponta a aurora duma vida nova para Jerusalém, pois o Senhor vem visitá-la, para a cumular de graça
- «Dizei à filha de Sião: Vai chegar o teu Salvador».O Seu prémio vem com Ele, precede-O a Sua recompensa(1ª Leitura).
Esta mensagem de alegria não se destina apenas à Cidade Santa, mas deve ser proclamada até aos confins da terra, visto que só em Jesus Cristo se realiza totalmente, a promessa divina de salvação para todos os homens.
«N’Ele, de facto, todas as promessas de Deus se tornam sim»(2 Cor.1/20).
Deus amou-nos tanto que mandou o Seu Filho para nos salvar e fazer de nós um Povo Santo.
É uma nova luz de esperança para o mundo como proclama o Salmo Responsorial :
- “Hoje sobre nós resplandece uma luz : Nasceu o Salvador”.
Na 2ª Leitura, é S. Paulo que, falando a Tito e hoje também a todos nós, diz que o dom supremo de Deus aos homens é Jesus Cristo.
N’Ele nos manifesta toda a Sua bondade e misericórdia; n’Ele nos chama, por puro amor gratuito e não pelas nossas obras, à participação da Sua mesma vida divina .
- “Ao manifestar-se a bondade de Deus, nosso Salvador, e o Seu amor para com os homens, é que Ele nos salvou”.(2ª Leitura).
E é pelo Baptismo que nós nascemos hoje, para esta vida, e nos tornamos filhos de Deus.
Regeneração no Espírito Santo, manifestação do amor de Deus, o Batismo é a realização do Nascimento do Salvador em cada homem.
O Evangelho é de S. Lucas, e diz-nos que, recebido o anúncio de que Deus visitara o Seu Povo, prontamente os pastores se dirigem a Belém.
Entre os «pobres» de Israel, são eles os primeiros a ser «chamados», e a reconhecer, na fé e na simplicidade do seu coração, o Salvador dos homens, Que, embora pobre como eles, os enriquece de graça, alegria e paz.
- «Vamos até Belém, vamos ver o que dizem ter sucedido e o que o Senhor nos deu a conhecer». (Evangelho).
Transformados, dão graças a Deus por esta Presença, contam tudo o que os anjos lhes disseram, e começam a anunciar por toda a parte, como primeiros missionários da Salvação, esta Boa Notícia.
Todas estas maravilhas, que o Senhor realiza, quando encontra a transparência da pobreza, são motivo de íntima consolação para Maria, absorvida na contemplação das riquezas do mistério de Seu Filho.
- “Maria fixava todas estas palavras e pensava nelas no íntimo do coração”.(Evangelho).
O sentido teológico da vinda de Cristo não destrói por si só a moldura festiva e a poesia do Natal, mas antes a redimensiona e a coloca no seu justo contexto : Jesus que nasce é a Palavra de Deus que se faz carne; nós, seres humanos, somos levados talvez a deter-nos mais na criança terna e frágil, do que no seu aspecto de Verbo Encarnado.
Por isto, na liturgia de hoje, o alegre anúncio do Nascimento de Cristo nos é dado com as palavras de Lucas e de João.
Lucas detém-se em algumas particularidades históricas que nos dão a garantia suficiente de historicidade e credibilidade, e nos mosram um Jesus pobre, filho de um humilde operário, um número apenas de uma remota província do Império Romano, um portador de todas as promessas do Antigo Testamento, embora de um modo um pouco diferente do que era esperado pelo povo judeu, tanto que só os pobres, os “vazios de si”, os vigilantes, o reconhecem.
João inclui a Encarnação no plano da História da Salvação.
Assim como atrvés do Verbo eterno foi esboçada a primeira Criação, pela obra da Encarnação do mesmo Verbo advém uma nova Criação : o homem adquire a condição de filho de Deus; a relação homem-Deus, que o pecado havia rompido é restabelecida em Cristo.
Não é fácil tentar descrever o grande mistério da Encarnação de Deus.
Como escreve João “não bastariam todos os livros do mundo”.
Em todos os testemunhos da fé cristã primitiva uma coisa é clara : no âmbito da história apresenta-se um homem como todos nós; porém, em toda a sua existência terrena, do Nascimento à terrível morte na Cuz, ultrapassa de tal modo as dimensões do humano que nos abre uma porta capaz de fazer entrever a transcendência da existência humana.
Um homem que faz sinais extraordinários e pronuncia palavras que não passam; põe em prática o amor como nenhum outro; revela o que é o amor que salva os homens; é a imagem e sinal de Deus neste mundo.
Um homem em quem o eterno irrompe no tempo; através do qual os homens vêm a conhecer a profundidade e a altura da existência humana.
O Nascimento de Cristo é o cumprimento da Promessa do Redentor para a História da Salvação.
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Sobre os Pastores, diz-nos o Catecismo da Igreja Católica :
437. – O anjo anunciou aos pastores o nascimento de Jesus, como sendo o Messias prometido a Israel : «nasceu-vos hoje, na cidade de David, um salvador que é Cristo, Senhor».(Lc.2,11). Desde a origem, Ele é «Aquele que o Pai consagrou e enviou ao mundo»(Jo.10,36), concebido como «santo»(Lc.1,35) no seio virginal de Maria. José foi convidado por Deus a «levar para sua casa Maria, sua esposa», grávida d’O que nela foi gerado pelo poder do Espírito Santo»(Mt.1,21), para que Jesus, «chamado Cristo», nascesse da esposa de José na linha messiânica de David». Mt.1,16).

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