1917-GÊNEROS DA TROVA-(Parte 6)

1917-GÊNEROS DA TROVA-(Parte 6)
Entrevistada: Sílvia Araújo Motta

JCultural:
Quais são os Gêneros da TROVA?

Os Gêneros da Trova são:
Líricas, Filosóficas, Humoristicas,
Descritivas e Escabrosas.


didática (instrutiva, pedagógica, histórica, doutrinária, biográfica); descritiva (aquarela em miniatura, retrato sintético, instantâneo fotográfico);


A- Trovas Líricas:

É sentimental, amorosa, romântica, intimista;
Ex: amor, saudade,alegria, tristeza e outros.

Saudade palavra doce
que traduz tanto amargor;
saudade é como se fosse
espinho cheirando a flor...
(Bastos Tigre)

B- Trovas Filosóficas:

Contendo ensinamentos. É conceituosa, reflexiva, sintetiza um pensamento moral, religioso ou estético;
Ex: máximas, pensamentos, etc.

Duas vidas todos temos,
muitas vezes sem saber:
-a vida que nós vivemos,
e a que sonhamos viver...
(Luiz Otávio)

Redimindo os pecadores,
conduzindo-os para a luz,
o maior dos sonhadores
morreu pregado na cruz!
(Aparício Fernandes)

C- Trovas Humorísticas:
É jocosa, brincalhona, maliciosa;

Como o próprio nome diz,
são trovas que se propõem
a fazer rir:

Quando a mulher quer, eu acho
que nem Deus a desanima:
-é água de morro abaixo
ou fogo de morro acima!...
(Belmiro Braga.)

Gosto de angu com costela,
na casa da minha amada...
Quando vou à casa dela
sinto uma fome danada.
(Sílvia Araújo Motta)

D- Trovas Descritivas:

A flor do sol, no horizonte,
fecha as pétalas vermelhas...
Pelo pescoço do monte
se deita um colar de ovelhas!
(Félix Aires)

E-Trovas Escabrosas:

São trovas humorísticas utilizando
“palavrão” escabroso,
oposto às conveniências e,
por isso, sua divulgação é proibida pela UBT.
Não tem valor nos Concursos entre Trovadores,
por se tratar de trova com uso
de palavra grosseira ou obscena.

De conhecimento público,
há apenas uma ANTOLOGIA
da Trova Escabrosa,
publicada em 1989,
de autoria de Eno Wanke.

“Este livro não é sério?
Pode ser.Pode não ser.
Um livro é, às vezes, mais sério
do que possa parecer.”
(Eno Wanke)


TROVAS E TROVADORES IMORTAIS:

Não me chames de senhor
que não sou tão velho assim:
-Ao teu lado, meu amor,
não sou senhor nem de mim.
Rodrigues Crespo

É nossa alma uma criança,
que nunca sabe o que faz,
quer tudo o que não alcança,
quando alcança, não quer mais.
Adelmar Tavares

No dia em que tu quiseres
ser meu senhor e meu rei
serei todas as mulheres
na mulher que te darei.
Nydia Laggi Martins

Na carta, ao dizer-te quanto
a saudade me consome,
as reticências do pranto
quase apagaram meu nome.
Carlos Guimarães.

Do Tejo partiu a armada
de Pedro Álvares Cabral
e fez do mar uma estrada
do Brasil a Portugal!...
Celso Furtado de Mendonça

Buscando as glórias do mar
foi que El Rei Dom João segundo
fez Portugal navegar
e abriu as portas do mundo!...
Celso Furtado de Mendonça

Amigos, -creio no Amor
que, ás vezes, em orfandade,
vai buscar longe o calor
de quem ama de verdade.
Elza Capanema Leitão/RJ

Não sei que saudade é esta
Que maltrata quando vem,
Estragando toda a festa
Que a minha vida contém.
Elza Capanema Leitão/RJ


Quando o sol, em tons vermelhos,
se põe em lenta agonia,
põe-se a tarde de joelhos
chorando a morte do dia.
Ferreira Nobre – CE.

Da tua ausência, -querida,
não escondo esta verdade:
- se é dolorosa a partida,
dói muito mais a saudade.
P. de Petrus.

http://recantodasletras.uol.com.br/autores/silviaraujomotta
http://www.poetasdelmundo.com/verInfo_america.asp?ID=1481
http://clubedalinguaport.blogspot.com/

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