sábado, 5 de novembro de 2011

VAMOS DIVULGAR POEMAS DE FERNANDO PESSOA, O SEGUNDO POETA DE PORTUGAL DEPOIS DE CAMÕES?


VAMOS DIVULGAR POEMAS DE FERNANDO PESSOA, O SEGUNDO POETA DE PORTUGAL DEPOIS DE CAMÕES?

FERNANDO PESSOA, O IMORTAL.

Acróstico-biográfico Nº 1801
Por Sílvia Araújo Motta

F-Filho de Joaquim Seabra Pessoa
E-E Maria Magdalena Pinheiro Nogueira,
R-Reconhecido gênio é Fernando Pessoa.
N-Notável Poeta está na linha primeira.
A-Aos treze de junho, nascido em Lisboa,
N-Não morre jamais! A Nação inteira
D-Declama seus versos, e no mundo ecoa,
O-O Clássico ou Caieiro, à sua maneira.
-
A-Acende a galáxia e, na efervecência,
A-A intimidade do ser-total independente,
T-Transcende a operação da consciência,
O-Ostenta o oculto do sujeito inconsciente.
N-Numa reflexiva pseudo-autobiografia
I-Intersecciona ao real bem envolvente,
O-O irreal, o abstrato, de sua existência.
-
N-Na dialética da verdade intuitiva,
O-O seio dessa problemática essência
G-Guarda a pura doutrina sensitiva.
U-Ú-nico na literatura, nesta referência.
E-E põe a natureza transitiva, em gestação
I-Intelectual e metafísica, na congruência.
R-Retida a trinta de novembro sua criação,
A-A morte traz o passaporte à investigação.
-
P-Pré-Modernista, predestinado universal,
E-Evoca seu ego, cria o imortal heterônimo.
S-Supra-Pessoa, Português, Místico , Plural,
S-Semeia lirismo, em desencantado ortônimo;
O-O Poeta em” Mensagem”, messiânico total,
A-Assina sua sina, nacional e internacional.
Belo Horizonte, 10 de junho de 1995
(*) Autora Sílvia Araújo Motta é Presidenta do Clube Brasileiro da Língua Portuguesa e Cônsula dos Poetas del Mundo filiado em 130 países.Em quatro idiomas é Escritora, Poeta, Sonetista e Trovadora.

CLUBEDALINGUAPORT@GMAIL.COM

Confira no site:

http://www.recantodasletras.com.br/acrosticos/962586

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BIOGRAFIA DE FERNANDO PESSOA
FONTE:
http://www.slideshare.net/guest029d56/biografia-de-fernando-pessoa

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ANÁLISE LUSO-BRASILEIRA PSICO/FILOSÓFICA DA MENSAGEM DE FERNANDO PESSOA Nº 188

Simbologia da História de Portugal, em 210 VERSOS:
Por Sílvia Araújo Motta

01-Usando a simbologia,
02-Pessoa expõe em “Mensagem”,
03-apesar de antinomia,
04-cifrada em rica linguagem,
05-a sua mito-poesia
06-com messianismo-político.
-

07-Desde o “Interregno” publica
08-a racional Monarquia
09-e na idéia-força indica,
10-sua vasta biografia,
11-de formação filosófica,
12-estética e ideológica.
-
13-O seu sentimento exibe
14-com nacionalismo mítico,
15-mas o pensamento exige
16-ser transcendental e mítico
17-a favor da Monarquia
18-que já está no estado crítico.
-
19-Entre o Homem e o Universo
20-com poderosa intuição,
21-coloca o destino em verso
22-daquela grande Nação.
23-Portugal vê seu reverso,
24-consciente na gestação.
-
25-No plano divinizado,
26-em sua premonição,
27-vê na decadência o fado,
28-que, em sua cosmovisão,
29-traz ascendência ao Reinado,
30-tornando forte a Nação.
-
31-A insuperável maestria
32-por Pessoa é revelada,
33-e no esoterismo cria
34-a epopéia pontuada;
35-com mitos e heróis recria,
36-a vida espiritualizada.
-
37-É mais que um “poema histórico”;
38-É um “poema-sentimento”,
39-“poeta-drama”, denso e rico,
40-pois prevê o renascimento
41-sobrenatural e único:
42-Portugal traz movimento.
-
43-Sua “Mensagem” inspirada
44-com racional intenção,
45-profecia comprovada,
46-encaminha solução.
47-No Concurso, premiada:
48-é inédita a criação.
-
49-Na sua primeira parte,
50-mostra o “Brasão” Português,
51-mas já na segunda parte,
52-expõe o “Mar Portuguez”;
53-Na última parte reparte
54-“Tempos” e “Avisos” que fez.
-
55-”Brasão” da Lusa Nação
56-traz a verdadeira heráldica,
57-indicando a formação,
58-moral, política e histórica,
59-desde a civilização,
60-usando a forma simbólica.
-
61-Na ordenação cronológica
62-mostra cada personagem,
63-numa função “proto-histórica”,
64-coloca Deus, na “Mensagem”.
65-Dos sete poemas, cinco
66-têm religião na abordagem.
-
67-Há, no início do “Brasão”
68-“Os campos” que foi chamado,
69-“poema da indicação...”
70-O Continente é mostrado,
71-e a Europa na posição
72-geográfica, delineado.
-
73-O poema “Dos Castellos”,
74-cifra num “símile-esfíngico”,
75-faz com os gregos os elos,
76-na ancestralidade, o enigma,
77-do tempo, com seus anelos,
78-apesar do “fatal-estigma”.
-
79-No “Dos Castellos”, “Mensagem”
80-constrasta a Morte e a Vida,
81-o destino da viagem,
82-o princípio-fim, medida
83-com “religiosa-coragem”,
84-entremostrando guarida.
-
85-São esteios da Nação,
86-“Ulisses” e “Viriato”,
87-D. Affonso Henriques, D. João (I)
88-D. Tareja, mãe de fato,
89-Dona Philippa de Lencastre,
90-D. Diniz-Trovador no ato.
-
91-Dentro dos poemas “Campos”
92-lê-se os “Das Quinas” também:
93-desígnios divinos, amplos,
94-“Deus é o agente”, é o Bem.
95-Religiosos sentimentos,
96-despertados, fazem bem.
-
97-Nas “Quinas” tem “Cinco Chagas”,
98-“Portugal-Pessoalizado”.
99-As figuras são fadadas
100-à sorte, os predestinados
101 -sofrem das dores geradas
102 -ou morrem sacrificados.
-
103 -As “Quinas” prestam homenagem,
104 -aos filhos de Dom João,
105 -tendo como personagens,
106 -D. Fernando, D. Duarte,
107 -D. Pedro, D. João Infante
108 -e a Quinta, à D. Sebastião.
-
109-”Nunalvares...” a vivência
110-na “Coroa” é decifrada,
111-fidalgo, por excelência,
112-tem a moral registrada...
113-D. João, pela experiência,
114-ao Rei Arthur, comparado.
-
115-O “Timbre” é a energia vital.
116-O “Infante” D. Henrique,
117- “D. João Segundo”, genial,
118- “D. Afonso de Albuquerque”,
119- três poemas ao total:
120-aos navegadores de Sagres.
-
121- “Mar Portuguez” representa
122-na vida, a realização;
123-mostra a energia sedenta,
124-na morte, a interrogação.
125-Doze poemas-fé e tormenta,
126-Verão-Outono, nova concepção!
-
127-Entre outros, vale citar
128-belo poema “Horizonte...”
129- “apologia do mar”.
130-No pioneirismo do “Infante”
131-Pessoa sabe louvar,
132-predestinação coerente.
-
133-Pelo progresso acontece
134-Renascença Portuguesa,
135-que sua Pátria merece.
136-Traz retorno da beleza
137-que no místico aparece,
138-espiritual com certeza.
-
139-Em busca de salvação,
140- “Encoberto” de tormenta,
141-tenta livrar a Nação.
142-O ocultismo experimenta
143-e na desintegração
144-o “mytho” não se lamenta.
-
145-À sua Pátria terrestre,
146-apresenta o seu futuro,
147-pois na morada Celeste
148-o espiritual é seguro,
149-com brados de leste a oeste,
150-vitória ao povo inseguro.

151- “Encoberto” em grande porte
152- recomenda que a Esperança,
153- “Redentora após a Morte”,
154- nos leva à “Nova Aliança”,
155- com uma “Terra Prometida”,
156- “Pátria Superior do Espírito”.
-
157- Tem três partes, o “Encoberto”.
158- Nos “Symbolos”, “O Desejado”,
159- matéria de espírito aberto:
160- Vida é uma “Rosa”. Invocado
161- “Destino é Cruz”. “Vida é Cristo”
162- que humaniza o sacrifício.
-
163- A “Mensagem” mostra em verso,
164- o profeta do humanismo,
165- Bandarra, pobre e disperso,
166- na restauração do Império,
167- quase alcançou o Universo
168- por velado Messianismo.
-
169- Foi “Bandarra”, sapateiro,
170- de Trancoso, um Trovador.
171- Consolava o povo inteiro,
172- daquela terrível dor,
173- da opressão dos Castelhanos,
174- com Trovas de sonhador.
-
175- Em “Avisos”, a “Mensagem”
176- contempla “Antônio Vieira”
177- que restaura em homenagem,
178- a D. Sebastião, de maneira,
179- que o “Sermão de Vida e Morte”
180- confirma a concepção.
-
181- Vale a pena ressaltar:
182- a “PRECE” da Redenção,
183- “AVISOS” vem exaltar;
184- Salmo de Meditação
185- do Messianismo “Pessoano”
186- que tem bela invocação.
-
187- Morto D. Sebastião
188- todo o Império é derrotado.
189- Previsto o fim da Nação,
190- “O QUINTO IMPÉRIO” é criado
191- para a espiritualização,
192- no ocultismo doutrinado.
-

193- Já no final da “Mensagem”
194- da história de Portugal,
195- da “teofania Pessoana”,
196- no Século áureo, Portugal,
197- já renascido proclama,
198- mentor mundial, espiritual.
-
199- Realiza-se a profecia
200- para a lusitanidade,
201- reino pleno de alegria,
202- paz, cultura e liberdade,
203- que se expande dia a dia...
204- teofânica divindade.
-
205- Registram Fernando Pessoa
206- Profeta do “Supra-Camões”,
207- mas “Ele-próprio” em Lisboa,
208- heróico nas previsões,
209- é um profeta... e o mundo ecoa
210- ostentando seus “Brasões”.
-
Nota - As aspas referem-se à ampla
Bibliografia consultada pela
pesquisadora Sílvia Araújo Motta/BH/MG.

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http://www.recantodasletras.com.br/poesias/79211

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FONTE:
http://www.slideshare.net/josegarujo/fernando-pessoa-heternimos-1569045


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FERNANDO PESSOA
FONTE:
http://www.slideshare.net/Anaizgg17/fernando-pessoa-2433689

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FERNANDO PESSOA
FONTE:
http://www.slideshare.net/guest68b877/fernando-pessoa-164695

Fernando Pessoa - Presentation Transcript
Fernand o Pessoa
Fernando Pessoa Biografia
Fernando António Nogueira Pessoa;  Lisboa, 13 de Junho de 1888 – Lisboa, 30 Novembro 1935, morre aos 47 anos ;  Pessoa estudou, Durban (África do Sul) , prosseguindo depois os estudos na Universidade do  Cabo (1903-04); Quando voltou definitivamente para Lisboa, Pessoa dominava a língua inglesa (e a respectiva  literatura) tão bem, ou melhor, que a materna; Desde cedo escreveu poesias em inglês, mas foi como ensaísta que primeiro se revelou, ao  publicar, em 1912, na revista “A Águia”; Continuou a compor poesia, em inglês e também português;  foi um dos introdutores (juntamente com o restante grupo de “Orpheu”) do Modernismo em  Portugal; Em 1920, ano em que a mãe, viúva, regressou a Portugal com os irmãos e em que Fernando  Pessoa foi viver de novo com a família, iniciou uma relação sentimental com Ophélia Queiroz testemunhada pelas Cartas de Amor; Em 1925, morreu a mãe; 
13 de Junho de 1888 - Nasce em Lisboa, às 3 horas da tarde, Fernando António Nogueira Pessoa. 1896 - Parte para Durban, na África do Sul. 1905 - Regressa a Lisboa 1906 - Matricula-se no Curso Superior de Letras, em Lisboa 1907 - Abandona o curso. 1914 - Surge o mestre Alberto Caeiro. Fernando Pessoa passa a escrever poemas dos três heterónimos. 1915 - Primeiro número da Revista quot;Orfeuquot;. Pessoa quot;mataquot; Alberto Caeiro. 1916 - Seu amigo Mário de Sá-Carneiro suicida-se. 1924 - Surge a Revista quot;Atenaquot;, dirigida por Fernando Pessoa e Ruy Vaz. 1926 - Fernando Pessoa requere patente de invenção de um Anuário Indicador Sintético, por Nomes e Outras Classificações, Consultável em Qualquer Língua. Dirige, com seu cunhado, a Revista de Comércio e Contabilidade. 1927 - Passa a colaborar com a Revista quot;Presençaquot;. 1934 - Aparece quot;Mensagemquot;, seu único livro publicado. 30 de Novembro de 1935 - Morre em Lisboa, aos 47 anos.
Fernando Pessoa Heterónimos
Álvaro de Campos Entre todos os heterónimos, Campos foi o único a manifestar fases poéticas  diferentes ao longo de sua obra. Era um engenheiro de educação inglesa e origem portuguesa, mas sempre com a sensação de ser um estrangeiro em qualquer parte do mundo. Começa sua trajectória como um decadentista (influenciado pelo Simbolismo), mas  logo adere ao Futurismo. Após uma série de desilusões com a existência, assume uma veia niilista, expressa naquele que é considerado um dos poemas mais conhecidos e influentes da língua portuguesa, Tabacaria.
Ricardo Reis O heterónimo Ricardo Reis é descrito como sendo um médico que se definia  como latinista e monárquico. De certa maneira, simboliza a herança clássica na literatura ocidental, expressa na simetria, harmonia, um certo bucolismo, com elementos epicuristas e estóicos. O fim inexorável de todos os seres vivos é uma constante em sua obra, clássica, depurada e disciplinada. Segundo Pessoa, Reis mudou-se para o Brasil em protesto à proclamação da  República em Portugal e não se sabe o ano de sua morte. José Saramago, em O ano da morte de Ricardo Reis continua, numa perspectiva  pessoal, o universo deste heterónimo, após a morte de Fernando Pessoa, cujo fantasma estabelece um diálogo com o seu heterónimo, sobrevivente ao criador
Alberto Caeiro Caeiro, por seu lado, nascido em Lisboa teria vivido quase toda a vida como  camponês, quase sem estudos formais, teve apenas a instrução primária, mas é considerado o mestre entre os heterónimos (pelo ortónimo, inclusive). Morreram- lhe o pai e a mãe, e ele deixou-se ficar em casa com uma tia-avó, vivendo de modestos rendimentos. Morreu de tuberculose. Também é conhecido como o poeta-filósofo, mas rejeitava este título e pregava uma quot;não-filosofiaquot;. Acreditava que os seres simplesmente são, e nada mais: irritava-se com a metafísica e qualquer tipo de simbologia para a vida. Dos principais heterónimos de Fernando Pessoa, Caeiro foi o único a não escrever  em prosa. Alegava que somente a poesia seria capaz de dar conta da realidade.
Bibliografia/Referências http://faroldasletras.no.sapo.pt/fernando_pessoa.htm  http://nescritas.nletras.com/fpessoa/  http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_pessoa  http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/portugues/portugues  _trabalhos/fernpessoa.htm http://www.astormentas.com/din/poema.asp?key=1377&titulo=35+SONETS 
Trabalho realizado por: Bruno nº 2  Cesário nº4  Nuno nº 15 
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http://www.slideshare.net/guest68b877/fernando-pessoa-164695

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F.Pessoa
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FERNANDO PESSOA

FONTE:
http://www.slideshare.net/Razze/fpessoa
F.Pessoa - Presentation Transcript
Fernando Pessoa
Introdução
Este trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de Língua Portuguesa e tem como tema Fernando Pessoa a sua vida, e o seu estilo de escrita que ele utilizava
Com a realização do trabalho pretende-se dar a conhecer um pouco mais sobre um dos melhores poetas portugueses de todos os tempos.
Os Heterónimos
Alberto Caeiro (15 de Abril de 1889 - 1915) é considerado o mestre dos heterónimos de Fernando Pessoa, apesar da sua pouca instrução
Proclama-se assim um anti metafísico.
É um poeta de simplicidade completa e dá especial importância ao acto de ver. Considera que a sensação é a única realidade para nós. Fernando Pessoa formulou 3 princípios do sensacionismo:
- Todo objecto é uma sensação nossa;
- Toda a arte é a convenção de uma sensação em objecto;
- Portanto, toda arte é a convenção de uma sensação numa outra sensação.
Ricardo Reis (1887 - 1935) é um dos três heterónimos mais conhecidos de Fernando Pessoa. Nascido na cidade do Porto.
Estudou num colégio de jesuítas, formou-se em medicina e, por ser monárquico, expatriou-se espontaneamente desde 1919, indo viver no Brasil.
Era latinista e semi-helenista.
Álvaro de Campos (1890 - 1935) é um dos heterónimos mais conhecidos de Fernando Pessoa.
Esse fez uma biografia para cada um dos seus heterónimos e declarou assim que Álvaro de Campos : «Nasceu em Tavira, teve uma educação vulgar de Liceu;
Depois foi mandado para a Escócia estudar engenharia, primeiro mecânica e depois naval. Numas férias fez a viagem ao Oriente de onde resultou o Opiário.
Entre todos os heterónimos, Campos foi o único a manifestar fases poéticas diferentes ao longo de sua obra.
Houve três fases distintas na sua obra. Começa sua trajectória como um decadentista (influenciado pelo Simbolismo), mas logo adere ao Futurismo: é a chamada Fase Sensacionalista
Após uma série de desilusões com a existência, assume uma veia niilista ou intimismo: é conhecida como Fase Abúlica

Cronologia
1888
Nasce Fernando António Nogueira Pessoa, em 13 de Junho, no Largo de São Carlos, em Lisboa.
1893
O pai morre de tuberculose. A família é obrigada a leiloar parte de seus bens .
1894
Fernando Pessoa cria seu primeiro heterónimo, “Chevalier de Pas”.
1895
Escreve o seu primeiro poema, intitulado À Minha Querida Mamã. A mãe casa por procuração com o comandante João Miguel Rosa, cônsul de Portugal em Durban.
1896
Parte com a mãe e um tio-avô para Durban. 1897
Faz o curso primário na escola de freiras irlandesas da West Street. No mesmo instituto, faz a primeira comunhão.
1899
Ingressa na Durban High School, onde permanecerá durante três anos e será um dos primeiros alunos da turma. Cria o heterónimo “Alexander Search”.
1901
É aprovado com distinção no seu primeiro exame. Escreve os primeiros poemas em inglês. Parte com a família para Portugal.
1902
A família retorna a Lisboa em Junho. Em Setembro, Pessoa volta sozinho para a África do Sul. Tenta escrever romances em inglês.
1902
A família retorna a Lisboa em Junho. Em Setembro,
Pessoa volta sozinho para a África do Sul.
Tenta escrever romances em inglês.
1903
Submete-se ao exame de admissão à Universidade do Cabo da Boa Esperança. Não obtém uma boa classificação, mas tira a melhor nota entre os 899 candidatos no ensaio de estilo inglês.
1904
Termina seus estudos na África do Sul.
1905
Vai de vez para Lisboa, onde passa a viver com uma tia. Continua a escrever poemas em inglês.
1906
Matricula-se no Curso Superior de Letras. A mãe e o padrasto retornam a Lisboa e Pessoa volta a morar com eles.
1907
A família retorna mais uma vez a Durban. Pessoa passa a morar com a avó. Desiste do Curso de Letras. Em Agosto a avó morre e lhe deixa uma pequena herança.
1908
Começa a trabalhar como correspondente estrangeiro em escritórios comerciais.
1910
Escreve poesia e prosa em português, inglês e francês.
1912
Pessoa estreia como crítico literário, provocando polémicas junto à intelectualidade portuguesa.
1913
Intensa produção literária. Escreve O Marinheiro.
1914
Cria os heterónimos Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro.
Escreve os poemas de O Guardador de Rebanhos e também O Livro do Desassossego. 1915
Sai em Março o primeiro número de Orpheu .
1918
Pessoa publica poemas em inglês, “Resenhados” com destaque no ``Times''.
1920
Conhece Ophélia Queiroz. Sua mãe e seus irmãos voltam para Portugal. Em Outubro, atravessa uma grande depressão, que o leva a pensar em internar-se numa casa de saúde. Rompe com Ophélia.
1921
Funda a editora Olisipo, onde publica poemas em inglês .
1925
Morre em Lisboa a mãe do poeta, em 17 de Março.
1929
Volta a se relacionar com Ophélia
1931
Rompe novamente com Ophélia.
1934
Publica Mensagem.
1935
Em 29 de Novembro, é internado com o diagnóstico de cólica hepática. A sua última frase, escrita em inglês, diz: ``I know not what tomorrow will bring''. Morre no dia 30.


O estilo de F. Pessoa
Características Temáticas
Identidade perdida
Consciência do absurdo da existência
Tensão sinceridade/fingimento, consciência/inconsciência, sonho/realidade

Oposição sentir/pensar, pensamento/vontade, esperança/desilusão
Anti-sentimentalismo: intelectualização da emoção
Estados negativos: solidão, cepticismo, tédio, angústia, cansaço, desespero, frustração.
Inquietação metafísica, dor de viver
Auto-análise
Características Estilísticas
Musicalidade: aliterações, transportes, ritmo, rimas, tom nasal (que conotam o prolongamento da dor e do sofrimento)
Verso geralmente curto (2 a 7 sílabas métricas)
Predomínio da quadra e da quintinha (utilização de elementos formais tradicionais)
Adjectivação expressiva
Linguagem simples mas muito expressiva (cheia de significados escondidos)
Pontuação emotiva
Comparações, metáforas originais, oximoros (vários paradoxos – pôr lado a lado duas realidades completamente opostas)
Uso de símbolos (por vezes tradicionais, como o rio, a água, o mar, a brisa, a fonte, as rosas, o azul; ou modernos, como o andaime ou o cais)
É fiel à tradição poética “lusitana” e não longe, muitas vezes, da quadra popular.
Utilização de vários tempos verbais, cada um com o seu significado expressivo consoante a situação
Imagens Com +/- 6 anos
1895
1901
1908
retrato

Conclusão
Com a realização deste trabalho, conclui-se que Fernando Pessoa foi um grande poeta dos inícios do século XX.
Partiu para África do Sul muito cedo permitindo-lhe aprender e cultivar muito bem a língua inglesa. Trabalhou e colaborou em várias revistas. Delas são exemplo as revistas “Athena”, “Orpheu” e “Presença”.
Homem de grande pluralidade e densidade psicológica Pessoa era capaz de se “subdividir” em várias personalidades completamente diferentes da sua, os heterónimos. Deles destacam-se Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro (“O Mestre”).
Bibliografia
http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/portugues/portugues_trabalhos/fernpessoaorton.htm
http://faroldasletras.no.sapo.pt/fernando_pessoa.htm
http://www.ufp.pt/page.php?intPageObjId=10459
Wikipedia.com
Jornaldepoesia.pt
Trabalho realizado por:
Flávio Jorge nº10
Luís Carlos nº11
Nelson Filipe nº14
Nuno Jorge nº16
Pedro Renatonº18

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FERNANDO PESSOA
FONTE:
http://www.slideshare.net/guestcb6e5a/fernando-pessoa-1888-a-1935

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Fernando Pessoa 1888 A 1935 - Presentation Transcript
Fernando Pessoa - 1888 a 1935
Fernando António Nogueira Pessoa
Escritor português, nasceu a 13 de Junho de 1888, em Lisboa, precisamente numa casa do Largo de São Carlos, onde foi baptizado.
Ficou órfão aos 5 anos de um pai morto pela doença do século, a
tuberculose.
Joaquim de Seabra
Pessoa
Fernando Pessoa
Aos 4 anos começa a escrever com a ajuda de sua mãe, e a 26 de Julho de 1895, com apenas 7 anos redige a sua primeira quadra «à minha querida mamã».
Eis-me aqui em Portugal
Nas Terras onde eu nasci.
Por muito que goste delas
Ainda gosto mais de ti.
Fernando Pessoa
Fernando Pessoa
Aos 7 anos parte para África do Sul, na companhia da mãe que voltara a casar em 1896. Viveu aí entre 1895 e 1905, fazendo no Liceu de Durban, os estudos secundários.
Nessa altura, passou um ano de férias (entre 1901 e 1902), em Portugal, tendo residido em
Lisboa e viajado para contactar com a
família paterna e materna.
Já nesse tempo redigiu, sozinho, vários
jornais, assinados com diferentes
nomes.
Fernando Pessoa
Após a proclamação da República, em 1910, é fundada a revista A Águia. É nesta revista que Fernando Pessoa se estreia, em 1912, como crítico com um ensaio sobre «a nova poesia portuguesa».
Fernando Pessoa ficou sobretudo
conhecido como grande prosador
do modernismo (ou futurismo) em
Portugal.
Fernando Pessoa
As suas participações literárias espalhavam-se por inúmeras publicações, das quais se destacam: Athena, Presença, Orpheu, Centauro, Portugal Futurista, Contemporânea, Exílio, A Águia, Gládio. Estas colaborações eram tanto em prosa como em verso.
Expressando-se tanto com o seu próprio nome, como através dos seus heterónimos. Entre estes ficaram famosos três: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis.
Fernando Pessoa
Ophélia Queirós foi o único namoro
conhecido de Fernando Pessoa que
decorreu em duas fases:
primeira fase entre 1 de Maio a 29
de Novembro de 1920,
segunda fase desde 11 de Setembro
de1929 a 11 de Janeiro de 1930.
Foi por momentos uma fuga ao isolamento de Fernando Pessoa, bem como a revelação de si próprio como um ser capaz de amar.
Fernando Pessoa
Fernando Pessoa morre a 30 de Novembro de 1935 , de uma grave crise hepática induzida por anos de consumo de álcool na mesma cidade onde nascera, no hospital de S. Luís dos Franceses.
«Já quase não podia erguer a voz, pediu os óculos porque lhe faltava a vida e a visão e escreveu a última frase em inglês:
" I know not what tomorrow will bring... ". »

A sua última fotografia.
Fernando Pessoa
Em vida apenas publicou um livro em Português: o poema épico Mensagem , deixando um vasto espólio que ainda hoje não foi completamente analisado e publicado.
Trabalho de Português sobre
a biografia de Fernando Pessoa.
Elaborado por:
Ana Wieland nº 2
Joana Macedo nº 8
Turma 12.12

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FERNANDO PESSOA -MENSAGEM
FONTE:

Mensagem Fernando Pessoa - Presentation Transcript
Introdução O trabalho de pesquisa que se seguirá foi mandado fazer pelo senhor professor de língua portuguesa com vista numa curta investigação, efectuada pelos alunos, sobre o livro poético Mensagem de Fernando Pessoa. A pesquisa servirá para a melhor integração dos alunos na matéria que se seguirá, sobre alguns poemas desta obra poética e, para que os mesmos fiquem a conhecer melhor esta grande obra.
Mensagem Fernando Pessoa
Esta é a capa de um conhecido livro poético – Mensagem - de Fernando Pessoa.
Mensagem é o mais célebre dos livros do poeta português Fernando Pessoa e o único que ele publicou em vida (em 1934, quase um ano antes da sua morte), se descontarmos os livros de poemas em inglês.
Este livro, composto por quarenta e quatro poemas, foi chamado pelo poeta de "livro pequeno de poemas".
A Obra Poética Mensagem A obra trata do glorioso passado de Portugal e tenta encontrar um sentido para a antiga grandeza e a decadência existente na época em que o livro foi escrito. Glorifica acima de tudo o estilo camoniano e o valor simbólico dos heróis do passado, como os Descobrimentos portugueses. É apontando as virtudes portuguesas que Fernando Pessoa acredita que o país deva se "regenerar", ou seja, tornar-se grande como foi no passado através da valorização cultural da nação. Trata-se de um livro que revisita e, em boa parte, cria, uma mitologia do passado heróico de Portugal, repleta de símbolos, sebastianista , e que foi depois em grande parte incorporada na ideologia oficial da ditadura Salazarista.
O poema mais famoso do livro Mensagem é Mar português :
Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu .
Divisão do livro
Está dividido em três partes , com uma nota preliminar antecedendo-as. Todas elas, incluindo a nota preliminar, possuem epígrafes em latim.
Primeira parte : Brasão
Segunda parte : Mar Português
Terceira parte : O Encoberto
Primeira Parte
A primeira, Brasão , utiliza os diversos componentes das armas de Portugal para revisitar algumas personagens da história do país.
Divisão dos poemas da Primeira Parte:
I Os Campos:
O dos Castelos
O das Quinas
II Os Castelos:
Ulisses
Viriato
O Conde D. Henrique
D. Tareja
D. Afonso Henriques
D. Dinis
D. João o Primeiro
D. Filipa de Lencastre
III As Quinas:
D. Duarte, Rei de Portugal
D. Fernando, Infante de Portugal
D. Pedro, Regente de Portugal
D. João, Infante de Portugal
D. Sebastião, Rei de Portugal
IV A Coroa :
Nunálvares Pereira
V O Timbre:
A Cabeça do grifo O Infante D. Henrique
Uma Asa do Grifo D. João o Segundo
A Outra Asa do Grifo Afonso de Albuquerque
Segunda Parte
A segunda, Mar Português , debruça-se sobre a época das grandes navegações, batendo à porta de figuras como o Infante D. Henrique, Vasco da Gama e Fernão de Magalhães, mas não se limitando a elas.
Divisão dos poemas da Segunda Parte
I O Infante
II O Horizonte
III Padrão
IV O Mostrengo
V Epitáfio de Bartolomeu Dias
VI Os Colombos
VII Ocidente
VIII Fernão de Magalhães
IX Ascensão de Vasco da Gama
X Mar Português
XI A Última Nau
Prece
Terceira Parte
A terceira, O Encoberto , é a parte mais marcadamente simbólica e sebastianista, voltando, ainda a falar de outras figuras da história de Portugal. O termo "O Encoberto" é uma designação ao antigo rei de Portugal D. Sebastião I, o que demonstra sebastianismo. Sendo também uma desintegração, mas também toda ela cheia de avisos ,fortes pressentimentos, de forças latentes prestes a virem à luz: depois da noite e tormenta ,vem a calma e a antemanhã (estes são os tempos).
Divisão dos poemas da Terceira Parte
I Os Símbolos:
D. Sebastião
O Quinto Império
O Desejado
As Ilhas Afortunadas
O Encoberto
II Os Avisos:
O Bandarra
António Vieira
III Os Tempos:
Noite
Tormenta
Calma
Antemanhã
Nevoeiro
O Título do Livro O título original do livro era Portugal . Influenciado por um amigo, Pessoa considera "Mensagem" um título mais apropriado, pelo nome "Portugal" se encontrar "prostituído" no mais comum dos produtos. Pessoa constrói a palavra "mensagem" a partir da expressão latina: Mens ag itat mol em , isto é, "A mente move a matéria“.
O autor: Fernando Pessoa Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 — Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa , foi um poeta e escritor português. É considerado um dos maiores poetas de língua portuguesa tendo seu valor comparado ao de Camões.
Conclusão Os objectivos propostos com este trabalho foram atingidos pois, após a realização do anterior trabalho de pesquisa, fiquei a conhecer melhor o mais célebre dos livros do poeta português Fernando Pessoa – Mensagem .
Bibliografia
http://www.wikipedia.org/
http://nautilus.fis.uc.pt/
Trabalho de Pesquisa elaborado por: Ana Sofia Pinto 9ºC nº2

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FERNANDO PESSOA-MENSAGEM EM POWER POINT
FONTE:

http://www.slideshare.net/ancrispereira/powerpoint-mensagem-4692475

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Powerpoint mensagem - Presentation Transcript
Seguinte Mensagem de Fernando Pessoa Manuel Maria - 2004 (1934)
Estrutura da Mensagem Primeira Parte: BRASÃO Segunda Parte: MAR PORTUGUÊS Terceira parte: O ENCOBERTO I – Os Campos II – Os Castelos III – As Quinas IV – A Coroa V – O Timbre 12 Poemas I – Os Symbolos II – Os Avisos III – Os Tempos Manuel Maria - 2004
BRASÃO
Os Campos
Os Castellos
As Quinas
A Coroa
O Timbre
Manuel Maria - 2004
BRASÃO
Os Campos:
O dos Castelos
O das Quinas
Manuel Maria - 2004
BRASÃO
Os Castellos:
Ulysses
Viriato
O Conde D. Henrique
D. Tareja
D. Afonso Henriques
D. Diniz
(I) D. João o Primeiro
(II) D. Philippa de Lencastre
Manuel Maria - 2004
BRASÃO
As Quinas:
D. Duarte, Rei de Portugal
D. Fernando, Infante de Portugal
D. Pedro, Regente de Portugal
D. João, Infante de Portugal
D. Sebastião, Rei de Portugal
Manuel Maria - 2004
BRASÃO
A Coroa:
Nunalvares Pereira
Manuel Maria - 2004
BRASÃO
O Timbre:
A Cabeça do Grypho:
O Infante D. Henrique
A outra Asa do Grypho: Afonso de Albuquerque Uma Asa do Grypho: D. João o Segundo Manuel Maria - 2004
MAR PORTUGUÊS
I: O Infante *
II: Horizonte *
III: Padrão
IV: O Mostrengo *
V: Epitaphio de Bartolomeu Dias
VI: Os Colombos
VII: Ocidente
VIII: Fernão de Magalhães
IX: Ascensão de Vasco da Gama
X: Mar Portuguez *
XI: A Ultima Nau
XII: Prece *
Manuel Maria - 2004
O ENCOBERTO
I – Os Symbolos
II – Os Avisos
III – Os Tempos
Manuel Maria - 2004
O ENCOBERTO
Os Symbolos:
D. Sebastião
O Quinto Império*
O Desejado
As Ilhas Afortunadas*
O Encoberto
Manuel Maria - 2004
O ENCOBERTO
António Vieira*
Os Avisos:
Bandarra*
Manuel Maria - 2004
(Screvo meu livro
à beira-mágoa)
O ENCOBERTO
Os Tempos:
Noite
Tormenta
Calma
Antemanhã
Nevoeiro*
Manuel Maria - 2004
MAR PORTUGUÊS FIM Manuel Maria - 2004
BRASÃO
Os Castellos:
I. Ulysses
Manuel Maria - 2004
BRASÃO
Os Castellos:
II. Viriato
Manuel Maria - 2004
BRASÃO
Os Castellos:
III. Conde D. Henrique
Manuel Maria - 2004
BRASÃO
Os Castellos:
IV. D. Tareja
Manuel Maria - 2004
BRASÃO
Os Castellos:
V. D. Affonso Henriques
Manuel Maria - 2004
BRASÃO
Os Castellos:
VI. D. Dinis
Manuel Maria - 2004
BRASÃO
Os Castellos:
VII (I). D. João I
Manuel Maria - 2004
BRASÃO
Os Castellos:
VII (II). D. Filipa de Lencastre
Manuel Maria - 2004
BRASÃO
As Quinas:
I. D. Duarte
Manuel Maria - 2004
BRASÃO
As Quinas:
II. D. Fernando, Infante de Portugal
Manuel Maria - 2004
BRASÃO
As Quinas:
III. D. Pedro, Regente de Portugal
Manuel Maria - 2004
BRASÃO
As Quinas:
V. D. Sebastião, Rei
de Portugal
Manuel Maria - 2004
MAR PORTUGUÊS
I: O Infante*
Manuel Maria - 2004
MAR PORTUGUÊS
II: Horizonte*
Manuel Maria - 2004
MAR PORTUGUÊS
IV: O Mostrengo*
Manuel Maria - 2004
MAR PORTUGUÊS
X: Mar Portuguez*
Manuel Maria - 2004
XII: Prece*
MAR PORTUGUÊS Manuel Maria - 2004

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FERNANDO PESSOA-BIBLIOTECA VIRTUAL BOOKS
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http://www.slideshare.net/mikamir/fernando-pessoa-mensagem
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Fernando pessoa mensagem - Document Transcript
BibliotecaVirtualbooksMensagemFERNANDO PESSOA
****************Edição especial para distribuição gratuita pela Internet,através da Virtualbooks.A VirtualBooks gostaria de receber suas críticas e sugestões sobre suas edições.Sua opinião é muito importante para o aprimoramento de nossas edições:Vbooks02@terra.com.br Estamos à espera do seu e-mail.Sobre os Direitos Autorais:Fazemos o possível para certificarmo-nos de que os materiais presentes no acervosão de domínio público (70 anos após a morte do autor) ou de autoria do titular.Caso contrário, só publicamos material após a obtenção de autorização dosproprietários dos direitos autorais. Se alguém suspeitar que algum material doacervo não obedeça a uma destas duas condições, pedimos: por favor, avise-nospelo e-mail: vbooks03@terra.com.br para que possamos providenciar aregularização ou a retirada imediata do material do site. www.virtualbooks.com.brCopyright© 2000/2003 VirtualbooksVirtual Books Online M&M Editores Ltda.Rua Benedito Valadares, 429 – centro35660-000 Pará de Minas - MGTodos os direitos reservados. All rights reserved. *************** 2
Mensagem Benedictus Dominus Deus noster qui dedit nobis signumNOTA PRELIMINAR O entendimento dos símbolos e dos rituais (simbólicos) exige do intérprete que possua cinco qualidades ou condições, sem as quais os símbolos serão para ele mortos, e ele um morto para eles. A primeira é a simpatia; não direi a primeira em tempo, mas a primeira conforme vou citando, e cito por graus de simplicidade. Tem o intérprete que sentir simpatia pelo símbolo que se propõe interpretar. A segunda é a intuição. A simpatia pode auxiliá-la, se ela já existe, porém não criá- la. Por intuição se entende aquela espécie de entendimento com que se sente o que está além do símbolo, sem que se veja. A terceira é a inteligência. A inteligência analisa, decompõe, reconstrói noutro nível o símbolo; tem, porém, que fazê-lo depois que, no fundo, é tudo o mesmo. Não direi erudição, como poderia no exame dos símbolos, é o de relacionar no alto o que está de acordo com a relação que está embaixo. Não poderá fazer isto se a simpatia não tiver lembrado essa relação, se a intuição a não tiver estabelecido. Então a inteligência, de discursiva que naturalmente é, se tornará analógica, e o símbolo poderá ser interpretado. A quarta é a compreensão, entendendo por esta palavra o conhecimento de outras matérias, que permitam que o símbolo seja iluminado por várias luzes, relacionado com vários outros símbolos, pois que, no fundo, é tudo o mesmo. Não direi erudição, como poderia ter dito, pois a erudição é uma soma; nem direi cultura, pois a cultura é uma síntese; e a compreensão é uma vida. Assim certos símbolos não podem ser bem entendidos se não houver antes, ou no mesmo tempo, o entendimento de símbolos diferentes. A quinta é a menos definível. Direi talvez, falando a uns, que é a graça, falando a outros, que é a mão do Superior Incógnito, falando a terceiros, que é o Conhecimento e a Conversação do Santo Anjo da Guarda, entendendo cada uma destas coisas, que são a mesma da maneira como as entendem aqueles que delas usam, falando ou escrevendo. 3
PRIMEIRA PARTE / BRASÃO I. OS CAMPOS PRIMEIRO / OS CASTELOS A Europa jaz, posta nos cotovelos: De Oriente a Ocidente jaz, fitando, E toldam-lhe românticos cabelos Olhos gregos, lembrando. O cotovelo esquerdo é recuado; O direito é em ângulo disposto. Aquele diz Itália onde é pousado; Este diz Inglaterra onde, afastado, A mão sustenta, em que se apoia o rosto. Fita, com olhar sphyngico e fatal, O Ocidente, futuro do passado. O rosto com que fita é Portugal. SEGUNDO / O DAS QUINAS Os Deuses vendem quando dão. Comprase a glória com desgraça. Ai dos felizes, porque são Só o que passa! Baste a quem baste o que Ihe basta O bastante de Ihe bastar! A vida é breve, a alma é vasta: Ter é tardar. Foi com desgraça e com vileza Que Deus ao Cristo definiu: Assim o opôs à Natureza E Filho o ungiu.II. OS CASTELOS 4
PRIMEIRO / ULISSESO mito é o nada que é tudo.O mesmo sol que abre os céusÉ um mito brilhante e mudo -O corpo morto de Deus,Vivo e desnudo.Este, que aqui aportou,Foi por não ser existindo.Sem existir nos bastou.Por não ter vindo foi vindoE nos criou.Assim a lenda se escorreA entrar na realidade,E a fecundála decorre.Em baixo, a vida, metadeDe nada, morre.SEGUNDO / VIRIATOSe a alma que sente e faz conheceSó porque lembra o que esqueceu,Vivemos, raça, porque houvesseMemória em nós do instinto teu.Nação porque reencarnaste,Povo porque ressuscitouOu tu, ou o de que eras a haste -Assim se Portugal formou.Teu ser é como aquela friaLuz que precede a madrugada,E é ja o ir a haver o diaNa antemanhã, confuso nada.TERCEIRO / O CONDE D. HENRIOUETodo começo é involuntário.Deus é o agente.O herói a si assiste, várioE inconsciente.A espada em tuas mãos achadaTeu olhar desce.«Que farei eu com esta espada?»Ergueste-a, e fez-se. 5
QUARTO / D. TAREJAAs naçôes todas são mistérios.Cada uma é todo o mundo a sós.Ó mãe de reis e avó de impérios,Vela por nós!Teu seio augusto amamentouCom bruta e natural certezaO que, imprevisto, Deus fadou.Por ele reza!Dê tua prece outro destinoA quem fadou o instinto teu!O homem que foi o teu meninoEnvelheceu.Mas todo vivo é eterno infanteOnde estás e não há o dia.No antigo seio, vigilante,De novo o cria!QUINTO / D. AFONSO HENRIQUESPai, foste cavaleiro.Hoje a vigília é nossa.Dános o exemplo inteiroE a tua inteira força!Dá, contra a hora em que, errada,Novos infiéis vençam,A bênção como espada,A espada como benção!SEXTO / D. DINISNa noite escreve um seu Cantar de AmigoO plantador de naus a haver,E ouve um silêncio múrmuro consigo:É o rumor dos pinhais que, como um trigoDe Império, ondulam sem se poder ver.Arroio, esse cantar, jovem e puro,Busca o oceano por achar;E a fala dos pinhais, marulho obscuro,É o som presente desse mar futuro,É a voz da terra ansiando pelo mar. 6
SÉTIMO (I) / D. JOÃO O PRIMEIRO O homem e a hora são um só Quando Deus faz e a história é feita. O mais é carne, cujo pó A terra espreita. Mestre, sem o saber, do Templo Que Portugal foi feito ser, Que houveste a glória e deste o exemplo De o defender. Teu nome, eleito em sua fama, É, na ara da nossa alma interna, A que repele, eterna chama, A sombra eterna. SETIMO (II) / D. FILIPA DE LENCASTRE Que enigma havia em teu seio Que só génios concebia? Que arcanjo teus sonhos veio Velar, maternos, um dia? Volve a nós teu rosto sério, Princesa do Santo Gral, Humano ventre do Império, Madrinha de Portugal!III. AS QUINAS PRIMEIRA / D. DUARTE, REI DE PORTUGAL Meu dever fez-me, como Deus ao mundo. A regra de ser Rei almou meu ser, Em dia e letra escrupuloso e fundo. Firme em minha tristeza, tal vivi. Cumpri contra o Destino o meu dever. Inutilmente? Não, porque o cumpri. SEGUNDA / D. FERNANDO, INFANTE DE PORTUGAL 7
Deu-me Deus o seu gládio, porque eu façaA sua santa guerra.Sagrou-me seu em honra e em desgraça,As horas em que um frio vento passaPor sobre a fria terra.Pôsme as mãos sobre os ombros e doirou-meA fronte com o olhar;E esta febre de Além, que me consome,E este querer grandeza são seu nomeDentro em mim a vibrar.E eu vou, e a luz do gládio erguido dáEm minha face calma.Cheio de Deus, não temo o que virá,Pois venha o que vier, nunca seráMaior do que a minha alma.TERCEIRA / D. PEDRO, REGENTE DE PORTUGALClaro em pensar, e claro no sentir,É claro no querer;Indiferente ao que há em conseguirQue seja só obter;Dúplice dono, sem me dividir,De dever e de ser --Não me podia a Sorte dar guaridaPor não ser eu dos seus.Assim vivi, assim morri, a vida,Calmo sob mudos céus,Fiel à palavra dada e à ideia tida.Tudo o mais é com Deus!QUARTA / D. JOÃO, INFANTE DE PORTUGALNão fui alguém. Minha alma estava estreitaEntre tão grandes almas minhas pares,Inutilmente eleita,Virgemmente parada;Porque é do português, pai de amplos mares,Querer, poder só isto:O inteiro mar, ou a orla vã desfeita --O todo, ou o seu nada.QUINTA / D. SEBASTIÃO, REI DE PORTUGAL 8
Louco, sim, louco, porque quis grandeza Qual a Sorte a não dá. Não coube em mim minha certeza; Por isso onde o areal está Ficou meu ser que houve, não o que há. Minha loucura, outros que me a tomem Com o que nela ia. Sem a loucura que é o homem Mais que a besta sadia, Cadáver adiado que procria?IV. A COROA NUNÁLVARES PEREIRA Que auréola te cerca? É a espada que, volteando. Faz que o ar alto perca Seu azul negro e brando. Mas que espada é que, erguida, Faz esse halo no céu? É Excalibur, a ungida, Que o Rei Artur te deu. Sperança consumada, S. Portugal em ser, Ergue a luz da tua espada Para a estrada se ver!V. O TIMBRE A CABEÇA DO GRIFO / O INFANTE D. HENRIOUE Em seu trono entre o brilho das esferas, Com seu manto de noite e solidão, Tem aos pés o mar novo e as mortas eras - O único imperador que tem, deveras, O globo mundo em sua mão. UMA ASA DO GRIFO / D. JOÃO O SEGUNDO 9
Braços cruzados, fita além do mar. Parece em promontório uma alta serra - O limite da terra a dominar O mar que possa haver além da terra. Seu formidavel vulto solitário Enche de estar presente o mar e o céu E parece temer o mundo vário Que ele abra os braços e lhe rasgue o véu. A OUTRA ASA DO GRIFO / AFONSO DE ALBUQUERQUE De pé, sobre os países conquistados Desce os olhos cansados De ver o mundo e a injustiça e a sorte. Não pensa em vida ou morte Tão poderoso que não quere o quanto Pode, que o querer tanto Calcara mais do que o submisso mundo Sob o seu passo fundo. Três impérios do chão lhe a Sorte apanha. Criou-os como quem desdenha.SEGUNDA PARTE / MAR PORTUGUEZI. O INFANTE Deus quere, o homem sonha, a obra nasce. Deus quis que a terra fosse toda uma, Que o mar unisse, já não separasse. Sagroute, e foste desvendando a espuma, E a orla branca foi de ilha em continente, Clareou, correndo, até ao fim do mundo, E viu-se a terra inteira, de repente, Surgir, redonda, do azul profundo. Quem te sagrou criou-te português. Do mar e nós em ti nos deu sinal. Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez. Senhor, falta cumprir-se Portugal!II. HORIZONTE 10
O mar anterior a nós, teus medos Tinham coral e praias e arvoredos. Desvendadas a noite e a cerração, As tormentas passadas e o mistério, Abria em flor o Longe, e o Sul sidério Splendia sobre as naus da iniciação. Linha severa da longínqua costa - Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta Em árvores onde o Longe nada tinha; Mais perto, abre-se a terra em sons e cores: E, no desembarcar, há aves, flores, Onde era só, de longe a abstracta linha O sonho é ver as formas invisíveis Da distância imprecisa, e, com sensíveis Movimentos da esprança e da vontade, Buscar na linha fria do horizonte A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte - Os beijos merecidos da Verdade.III. PADRÃO O esforço é grande e o homem é pequeno. Eu, Diogo Cão, navegador, deixei Este padrão ao pé do areal moreno E para diante naveguei. A alma é divina e a obra é imperfeita. Este padrão sinala ao vento e aos céus Que, da obra ousada, é minha a parte feita: O porfazer é só com Deus. E ao imenso e possível oceano Ensinam estas Quinas, que aqui vês, Que o mar com fim será grego ou romano: O mar sem fim é português. E a Cruz ao alto diz que o que me há na alma E faz a febre em mim de navegar Só encontrará de Deus na eterna calma O porto sempre por achar.IV. O MOSTRENGO 11
O mostrengo que está no fim do mar Na noite de breu ergueu-se a voar; A roda da nau voou três vezes, Voou três vezes a chiar, E disse: «Quem é que ousou entrar Nas minhas cavernas que não desvendo, Meus tectos negros do fim do mundo?» E o homem do leme disse, tremendo: «El-Rei D. João Segundo!» «De quem são as velas onde me roço? De quem as quilhas que vejo e ouço?» Disse o mostrengo, e rodou três vezes, Três vezes rodou imundo e grosso. «Quem vem poder o que só eu posso, Que moro onde nunca ninguém me visse E escorro os medos do mar sem fundo?» E o homem do leme tremeu, e disse: «El-Rei D. João Segundo!» Três vezes do leme as mãos ergueu, Três vezes ao leme as reprendeu, E disse no fim de tremer três vezes: «Aqui ao leme sou mais do que eu: Sou um povo que quer o mar que é teu; E mais que o mostrengo, que me a alma teme E roda nas trevas do fim do mundo, Manda a vontade, que me ata ao leme, De El-Rei D. João Segundo!»V. EPITÁFIO DE BARTOLOMEU DIAS Jaz aqui, na pequena praia extrema, O Capitão do Fim. Dobrado o Assombro, O mar é o mesmo: já ninguém o tema! Atlas, mostra alto o mundo no seu ombro.Vl. OS COLOMBOS Outros haverão de ter O que houvermos de perder. Outros poderão achar O que, no nosso encontrar, 12
Foi achado, ou não achado, Segundo o destino dado. Mas o que a eles não toca É a Magia que evoca O Longe e faz dele história. E por isso a sua glória É justa auréola dada Por uma luz emprestada.VII. OCIDENTE Com duas mãos - o Acto e o Destino - Desvendámos. No mesmo gesto, ao céu Uma ergue o fecho trémulo e divino E a outra afasta o véu. Fosse a hora que haver ou a que havia A mão que ao Ocidente o véu rasgou, Foi a alma a Ciência e corpo a Ousadia Da mão que desvendou. Fosse Acaso, ou Vontade, ou Temporal A mão que ergueu o facho que luziu, Foi Deus a alma e o corpo Portugal Da mão que o conduziu.VIII. FERNÃO DE MAGALHÃES No vale clareia uma fogueira. Uma dança sacode a terra inteira. E sombras desformes e descompostas Em clarões negros do vale vão Subitamente pelas encostas, Indo perder-se na escuridão. De quem é a dança que a noite aterra? São os Titãs, os filhos da Terra, Que dançam na morte do marinheiro Que quis cingir o materno vulto - Cingilo, dos homens, o primeiro -, Na praia ao longe por fim sepulto. Dançam, nem sabem que a alma ousada Do morto ainda comanda a armada, Pulso sem corpo ao leme a guiar As naus no resto do fim do espaço: 13
Que até ausente soube cercar A terra inteira com seu abraço. Violou a Terra. Mas eles não O sabem, e dançam na solidão; E sombras desformes e descompostas, Indo perder-se nos horizontes, Galgam do vale pelas encostas Dos mudos montes.IX. ASCENSÃO DE VASCO DA GAMA Os Deuses da tormenta e os gigantes da terra Suspendem de repente o ódio da sua guerra E pasmam. Pelo vale onde se ascende aos céus Surge um silêncio, e vai, da névoa ondeando os véus, Primeiro um movimento e depois um assombro. Ladeiamo, ao durar, os medos, ombro a ombro, E ao longe o rastro ruge em nuvens e clarões. Em baixo, onde a terra é, o pastor gela, e a flauta Cailhe, e em êxtase vê, à luz de mil trovôes, O céu abrir o abismo à alma do Argonauta.X. MAR PORTUGUÊS Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quere passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.XI. A ÚLTIMA NAU 14
Levando a bordo ElRei D. Sebastião, E erguendo, como um nome, alto o pendão Do Império, Foi-se a última nau, ao sol aziago Erma, e entre choros de ânsia e de presago Mistério. Não voltou mais. A que ilha indescoberta Aportou? Voltará da sorte incerta Que teve? Deus guarda o corpo e a forma do futuro, Mas Sua luz projecta-o, sonho escuro E breve. Ah, quanto mais ao povo a alma falta, Mais a minha alma atlântica se exalta E entorna, E em mim, num mar que não tem tempo ou spaço, Vejo entre a cerração teu vulto baço Que torna. Não sei a hora, mas sei que há a hora, Demorea Deus, chame-lhe a alma embora Mistério. Surges ao sol em mim, e a névoa finda: A mesma, e trazes o pendão ainda Do Império.XII. PRECE Senhor, a noite veio e a alma é vil. Tanta foi a tormenta e a vontade! Restam-nos hoje, no silêncio hostil, O mar universal e a saudade. Mas a chama, que a vida em nós criou, Se ainda há vida ainda não é finda. O frio morto em cinzas a ocultou: A mão do vento pode erguêla ainda. Dá o sopro, a aragem --ou desgraça ou ânsia-- Com que a chama do esforço se remoça, E outra vez conquistaremos a Distância -- Do mar ou outra, mas que seja nossa!TERCEIRA PARTE / O ENCOBERTO 15
I. OS SÍMBOLOS PRIMEIRO / D. SEBASTIÃO Sperai! Cai no areal e na hora adversa Que Deus concede aos seus Para o intervalo em que esteja a alma imersa Em sonhos que são Deus. Que importa o areal e a morte e a desventura Se com Deus me guardei? É O que eu me sonhei que eterno dura É Esse que regressarei. SEGUNDO / O QUINTO IMPÉRIO Triste de quem vive em casa, Contente com o seu lar, Sem que um sonho, no erguer de asa Faça até mais rubra a brasa Da lareira a abandonar! Triste de quem é feliz! Vive porque a vida dura. Nada na alma lhe diz Mais que a lição da raiz Ter por vida a sepultura. Eras sobre eras se somem No tempo que em eras vem. Ser descontente é ser homem. Que as forças cegas se domem Pela visão que a alma tem! E assim, passados os quatro Tempos do ser que sonhou, A terra será teatro Do dia claro, que no atro Da erma noite começou. Grécia, Roma, Cristandade, Europa-- os quatro se vão Para onde vai toda idade. Quem vem viver a verdade Que morreu D. Sebastião? TERCEIRO / O DESEJADO 16
Onde quer que, entre sombras e dizeres,Jazas, remoto, sentete sonhado,E ergue-te do fundo de nãoseresPara teu novo fado!Vem, Galaaz com pátria, erguer de novo,Mas já no auge da suprema prova,A alma penitente do teu povoÀ Eucaristia Nova.Mestre da Paz, ergue teu gládio ungido,Excalibur do Fim, em jeito talQue sua Luz ao mundo divididoRevele o Santo Gral!QUARTO / AS ILHAS AFORTUNADASQue voz vem no som das ondasQue não é a voz do mar?E a voz de alguém que nos fala,Mas que, se escutarmos, cala,Por ter havido escutar.E só se, meio dormindo,Sem saber de ouvir ouvimosQue ela nos diz a esperançaA que, como uma criançaDormente, a dormir sorrimos.São ilhas afortunadasSão terras sem ter lugar,Onde o Rei mora esperando.Mas, se vamos despertandoCala a voz. e há só o mar.QUINTO / O ENCOBERTOQue símbolo fecundoVem na aurora ansiosa?Na Cruz Morta do MundoA Vida, que é a Rosa.Que símbolo divinoTraz o dia já visto?Na Cruz, que é o Destino,A Rosa que é o Cristo.Que símbolo finalMostra o sol já desperto? 17
Na Cruz morta e fatal A Rosa do Encoberto.II. OS AVISOS PRIMEIRO / O BANDARRA Sonhava, anónimo e disperso, O Império por Deus mesmo visto, Confuso como o Universo E plebeu como Jesus Cristo. Não foi nem santo nem herói, Mas Deus sagrou com Seu sinal Este, cujo coração foi Não português, mas Portugal. SEGUNDO / ANTÓNIO VIEIRA O céu strela o azul e tem grandeza. Este, que teve a fama e à glória tem, Imperador da língua portuguesa, Foi-nos um céu também. No imenso espaço seu de meditar, Constelado de forma e de visão, Surge, prenúncio claro do luar, ElRei D. Sebastião. Mas não, não é luar: é luz do etéreo. É um dia, e, no céu amplo de desejo, A madrugada irreal do Quinto Império Doira as margens do Tejo. TERCEIRO Screvo meu livro à beiramágoa. Meu coração não tem que ter. Tenho meus olhos quentes de água. Só tu, Senhor, me dás viver. Só te sentir e te pensar Meus dias vácuos enche e doura. Mas quando quererás voltar? Quando é o Rei? Quando é a Hora? 18
Quando virás a ser o Cristo De a quem morreu o falso Deus, E a despertar do mal que existo A Nova Terra e os Novos Céus? Quando virás, ó Encoberto, Sonho das eras português, Tornar-me mais que o sopro incerto De um grande anseio que Deus fez? Ah, quando quererás voltando, Fazer minha esperança amor? Da névoa e da saudade quando? Quando, meu Sonho e meu Senhor?III. OS TEMPOS PRIMEIRO / NOITE A nau de um deles tinha-se perdido No mar indefinido. O segundo pediu licença ao Rei De, na fé e na lei Da descoberta, ir em procura Do irmão no mar sem fim e a névoa escura. Tempo foi. Nem primeiro nem segundo Volveu do fim profundo Do mar ignoto à pátria por quem dera O enigma que fizera. Então o terceiro a ElRei rogou Licença de os buscar, e El-Rei negou. Como a um cativo, o ouvem a passar Os servos do solar. E, quando o vêem, vêem a figura Da febre e da amargura, Com fixos olhos rasos de ânsia Fitando a proibida azul distância. Senhor, os dois irmãos do nosso Nome - O Poder e o Renome - Ambos se foram pelo mar da idade À tua eternidade; E com eles de nós se foi O que faz a alma poder ser de herói. 19
Queremos ir buscálos, desta vilNossa prisão servil:É a busca de quem somos, na distânciaDe nós; e, em febre de ânsia,A Deus as mãos alçamos.Mas Deus não dá licença que partamos.SEGUNDO / TORMENTAQue jaz no abismo sob o mar que se ergue?Nós, Portugal, o poder ser.Que inquietação do fundo nos soergue?O desejar poder querer.Isto, e o mistério de que a noite é o fausto...Mas súbito, onde o vento ruge,O relâmpago, farol de Deus, um haustoBrilha e o mar scuro struge.TERCEIRO / CALMAQue costa é que as ondas contamE se não pode encontrarPor mais naus que haja no mar?O que é que as ondas encontramE nunca se vê surgindo?Este som de o mar praiarOnde é que está existindo?lha próxima e remota,Que nos ouvidos persiste,Para a vista não existe.Que nau, que armada, que frotaPode encontrar o caminhoA praia onde o mar insiste,Se à vista o mar é sozinho?Haverá rasgões no espaçoQue dêem para outro lado,E que, um deles encontrado,Aqui, onde há só sargaço,Surja uma ilha velada,O país afortunadoQue guarda o Rei desterradoEm sua vida encantada?QUARTO / ANTEMANHA 20
O mostrengo que está no fim do marVeio das trevas a procurarA madrugada do novo diaDo novo dia sem acabarE disse: Que desvendou o Segundo MundoNem o Terceiro quere desvendar»E o som na treva de ele rodarFaz mau o sono, triste o sonhar,Rodou e foi-se o mostrengo servoQue seu senhor veio aqui buscar.Que veio aqui seu senhor chamar -Chamar Aquele que está dormindoE foi outrora Senhor do Mar.QUINTO / NEVOEIRONem rei nem lei, nem paz nem guerra,Define com perfil e serEste fulgor baço da terraQue é Portugal a entristecer -Brilho sem luz e sem arder,Como o que o fogofátuo encerra.Ninguém sabe que coisa quere.Ninguém conhece que alma tem,Nem o que é mal nem o que é bem.(Que ânsia distante perto chora?)Tudo é incerto e derradeiro.Tudo é disperso, nada é inteiro.Ó Portugal, hoje és nevoeiro...É a Hora! ************* 21
Sobre o autor e sua obra Fernando Antonio Nogueira Pessoa (1888-1935) nasceu em Lisboa, partindo, após o falecimento do pai e o segundo casamento da mãe, para África do Sul. Freqüentou várias escolas, recebendo uma educação inglesa. Regressa a Portugal em 1905 fixando-se em Lisboa, onde inicia uma intensa atividade literária. Simpatizante da Renascença Portuguesa, corta com ela e em 1915, com Mário de Sá-Carneiro, AlmadaNegreiros e outros, esforça-se por renovar a literatura portuguesa atravésda criação da revista Orpheu, veículo de novas idéias e novas estéticas.Cria vários heterônimos (Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis,Bernardo Soares, etc.), assinando as suas obras de acordo com apersonalidade de cada heterônimo. Colabora em várias revistas, publica emlivro os seus poemas escritos em inglês e, em 1934, ganha o concursoliterário promovido pelo Secretariado de Propaganda Nacional, categoria B,com a obra Mensagem, que publica no mesmo ano.Faleceu prematuramente em 1935, deixando grande parte da sua obraainda inédita. É considerado um dos maiores poetas portugueses.CRONOLOGIA1888 -A 13 de Junho nasce Fernando António Nogueira Pessoa no Largo de SãoCarlos nº 4, 4º Esq. em Lisboa.1893 -Morre com 43 anos o pai de Fernando Pessoa - Joaquim de Seabra Pessoa1895 -A mãe de Fernando Pessoa - Maria Madalena Pinheiro Nogueira Pessoa -casa, por procuração, com João Miguel Rosa - cônsul interino em Durban -África do Sul. 22
A 26 de Julho escreve Fernando Pessoa a sua primeira quadra À minhaquerida mamã.1896 -A família parte para Durbam1896-1904 -Fernando Pessoa faz os seus estudos primários e secundários em Durbam1905 -Fernando Pessoa regressa sozinho a Lisboa, a bordo do navio alemãoHerzog, para se matricular no Curso Superior de Letras que abandona umano depois.1907 -Fernando Pessoa funda a Empresa Íbis - Tipografia Editora - Oficinas aVapor - que durou escassos meses.1908 -Fernando Pessoa inicia a sua atividade como "correspondente estrangeiro"1912 -Colabora na revista A Águia.1913 -Conhece Mário de Sá-Carneiro e José de Almada Negreiros.Escreve a poesia Pauis.1914 -Primeiros poemas dos seus heterônimos Alberto Caeiro, Álvaro de Campos eRicardo Reis.1915 -Publicação dos dois números da revista Orpheu.1916 -Mário de Sá Carneiro suicida-se em Paris.1917 -É publicado o único número da revista Portugal Futurista.1920 -Conhece Ofélia a quem são destinadas as suas "Cartas de Amor". 23
1921 -Início da publicação da revista Contemporânea onde Fernando Pessoacolabora.1924-1925 -Publicação dos cinco números da revista Athena dirigida por FernandoPessoa e Ruy Vaz.1927 -Em Coimbra inicia-se a publicação da revista Presença onde FernandoPessoa colaborará.1932 -Requer, em concurso documental, o lugar de conservador-bibliotecário doMuseu-Biblioteca Conde de Castro Guimarães, em Cascais, no qual não foiprovido.1934 -Publicação da Mensagem.A 31 de Dezembro a Mensagem recebe o prêmio da Secretaria da Propaganda Nacional. 1935 - A 30 de Novembro Fernando Pessoa morre no Hospital de S. Luís dos Franceses onde tinha sido internado na véspera com uma cólica hepática. Nota auto-biográfica de Fernando Pessoa Nota biográfica escrita por Fernando Pessoa em 30 de Março de 1935 e publicada, em parte, como introdução ao poema editado pela Editorial Império em 1940 e intitulado: "À memória do Presidente-Rei Sidónio Pais"Nome completo: Fernando António Nogueira Pessoa.Idade e naturalidade: Nasceu em Lisboa, freguesia dos Mártires, noprédio n.º 4 do Largo de S. Carlos (hoje do Diretório) em 13 de Junho de1888. 24
Filiação: Filho legítimo de Joaquim de Seabra Pessoa e de D. MariaMadalena Pinheiro Nogueira. Neto paterno do general Joaquim António deAraújo Pessoa, combatente das campanhas liberais, e de D. DionísiaSeabra; neto materno do conselheiro Luís António Nogueira, jurisconsulto eque foi Diretor-Geral do Ministério do Reino, e de D. Madalena XavierPinheiro. Ascendência geral: misto de fidalgos e judeus.Estado: Solteiro.Profissão: A designação mais própria será "tradutor", a mais exata a de"correspondente estrangeiro em casas comerciais". O ser poeta e escritornão constitui profissão, mas vocação.Morada: Rua Coelho da Rocha, 16, 1º. Dto. Lisboa. (Endereço postal -Caixa Postal 147, Lisboa ).Funções sociais que tem desempenhado: Se por isso se entende cargospúblicos, ou funções de destaque, nenhumas.Obras que tem publicado: A obra está essencialmente dispersa, porenquanto, por várias revistas e publicações ocasionais. O que, de livros oufolhetos, considera como válido, é o seguinte: "35 Sonnets" (em inglês),1918; "English Poems I-II" e "English Poems III" (em inglês também),1922, e o livro "Mensagem", 1934, premiado pelo Secretariado dePropaganda Nacional, na categoria "Poema". O folheto "O Interregno",publicado em 1928, e constituído por uma defesa da Ditadura Militar emPortugal, deve ser considerado como não existente. Há que rever tudo issoe talvez que repudiar muito.Educação: Em virtude de falecido seu pai em 1893, sua mãe ter casado,em 1895, em segundas núpcias, com o Comandante João Miguel Rosa,Cônsul de Portugal em Durban, Natal, foi ali educado. Ganhou o prêmioRainha Vitória de estilo inglês na Universidade do Cabo da Boa Esperançaem 1903, no exame de admissão, aos 15 anos.Ideologia Política: Considera que o sistema monárquico seria o maispróprio para uma nação organicamente imperial como é Portugal.Considera, ao mesmo tempo, a Monarquia completamente inviável emPortugal. Por isso, a haver um plebiscito entre regimes, votaria, emboracom pena, pela República. Conservador do estilo inglês, isto é, liberdadedentro do conservantismo, e absolutamente anti-reacionário.Posição religiosa: Cristão gnóstico e portanto inteiramente oposto a todas 25
as Igrejas organizadas, e sobretudo à Igreja de Roma. Fiel, por motivos quemais adiante estão implícitos, à Tradição Secreta do Cristianismo, que temíntimas relações com a Tradição Secreta em Israel (a Santa Kabbalah) ecom a essência oculta da Maçonaria.Posição iniciática: Iniciado, por comunicação direta de Mestre a Discípulo,nos três graus menores da (aparentemente extinta) Ordem Templária dePortugal.Posição patriótica: Partidário de um nacionalismo místico, de onde sejaabolida toda a infiltração católico-romana, criando-se, se possível for, umsebastianismo novo, que a substitua espiritualmente, se é que nocatolicismo português houve alguma vez espiritualidade. Nacionalista que seguia por este lema: "Tudo pela Humanidade; nada contra a Nação".Posição social: Anticomunista e anti-socialista. O mais deduz-se do quevai dito acima.Resumo de estas últimas considerações: Ter sempre na memória omártir Jacques de Molay, Grão-Mestre dos Templários, e combater, sempree em toda a parte, os seus três assassinos - a Ignorância, o Fanatismo e aTirania.Lisboa, 30 de Março de 1935 26.

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