sábado, 5 de novembro de 2011

POEMAS-SONETOS DE CAMÕES

Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís de Camões


-----***-----
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

Luís de Camões

-------***-------




-----***-----


TÍTULOS DOS SONETOS DE LUIS VAZ DE CAMÕES

VALE A PENA ABRIR O SITE:


http://users.isr.ist.utl.pt/~cfb/VdS/camoes.html


Amor é fogo que arde sem se ver

Verdes são os campos

Transforma-se o amador na cousa amada

Se tanta pena tenho merecida

Busque Amor novas artes, novo engenho

Enquanto quis Fortuna que tivesse

Tomou-me vossa vista soberana

Quem pode livre ser, gentil Senhora

O fogo que na branda cera ardia

Tanto de meu estado me acho incerto

Alma minha gentil, que te partiste

Quando de minhas mágoas a comprida

Ah! minha Dinamene! Assim deixaste

Endechas a Bárbara escrava

Descalça vai pera a fonte

Perdigão perdeu a pena

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

No mundo quis o Tempo que se achasse

Quando me quer enganar

Amor, que o gesto humano na alma escreve

Quem presumir, Senhora, de louvar-vos

Posto me tem Fortuna em tal estado

Ao desconcerto do Mundo

Eu cantarei de amor tão docemente(13/2/95)

Que me quereis, perpétuas saudades?(20/2/95)

Se as penas com que Amor tão mal me trata (6/3/95)

Se me vem tanta glória só de olhar-te (22/5/95)

Quem vê, Senhora, claro e manifesto (31/7/95)

O dia em que nasci moura e pereça (5/2/96)

Julga-me a gente toda por perdido (14/2/96)

Vencido está de amor (14/2/96)

Senhora minha, se de pura inveja (28/10/96)

O cisne, quando sente ser chegada (28/4/97)

Se pena por amar-vos se merece (13/10/97)

Sempre a Razão vencida foi de Amor (11/5/98)

Coitado! que em um tempo choro e rio (22/6/98)

Lembranças, que lembrais meu bem passado (21/9/98)

Nunca em amor danou o atrevimento (1/3/99)

Erros meus, má fortuna, amor ardente (22/3/99)

Qual tem a borboleta por costume (12/4/99)

O tempo acaba o ano, o mês e a hora (7/6/99)

Quem diz que Amor é falso ou enganoso (10/1/00)

De quantas graças tinha, a Natureza (17/1/00)

Ditoso seja aquele que somente (20/3/00)

Se só no ver puramente (15/5/00)

Onde acharei lugar tão apartado (4/12/00)

FONTE:

http://users.isr.ist.utl.pt/~cfb/VdS/camoes.html



Hino nacional de Portugal - A Portuguesa - Heróis do Mar ...



----------



-------------



--------------



Nenhum comentário: